A queda da temperatura fez com que a venda de aquecedores, especialmente os elétricos, disparasse. Na Nilko, fábrica localizada em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, os estoques de maio e junho já estão vendidos, e a empresa já fala em produção emergencial. No ano passado, a Nilko fabricou cerca de 35 mil aquecedores; este ano, a expectativa é produzir entre 45 mil e 50 mil unidades – incremento de quase 50%. Já a Britânia, instalada em São José dos Pinhais, afirmou que não há mais uma única peça no estoque, mas garantiu ter conseguido atender todos os pedidos; ela não informou a quantidade comercializada.
“O número de pedidos dobrou em relação ao ano passado. Estamos fazendo uma produção emergencial para tentar garantir essa demanda”, explica o gerente comercial da Nilko, Marcelo Kolodyey. O número de funcionários também aumentou: são 45 pessoas que trabalham apenas na fabricação de aquecedores, mas o número pode aumentar, segundo Kolodyey. “A gente não acreditava que faria um frio desses. Pegou todo mundo de surpresa”, afirma. Além do Paraná, a Nilko abastece mercados do Rio Grande do Sul e São Paulo. E é exatamente da ?terra da garoa? o maior número de pedidos. “São Paulo influenciou bem nas vendas; quase 40% dos pedidos são de lá”, revela. Paraná e Rio Grande do Sul respondem por 30% cada.
Para o gerente comercial, as boas vendas se explicam não apenas pelo frio antecipado, mas pela própria característica do produto que, além de aquecer o ambiente, também desumidifica. “Em Curitiba, por exemplo, onde é comum surgir mofo, o aquecedor é usado durante o ano todo”, aponta.
Lojas
O fim do estoque nas fábricas de aquecedores já está refletindo nas lojas de eletrodomésticos. No centro de Curitiba, vários estabelecimentos estão sem o produto. “Estávamos sem estoque. Não só nós, como todo o comércio”, conta o gerente de vendas das Lojas Colombo, filial Marechal Deodoro, Anderson Luiz. A loja começou a repor os produtos há poucos dias. Segundo ele, apesar da falta de mercadoria, as vendas são parecidas com as do ano passado. “Não há nada de surpreendente”, aponta. Nas Lojas Colombo, os modelos de aquecedores procurados são os mais baratos, especialmente da Nilko e Britânia, que custam entre R$ 90,00 e R$ 130,00. Os aquecedores a óleo custam um pouco mais – entre R$ 230,oo e R$ 260,00 -, enquanto os a gás, que funcionam acoplados ao botijão de gás, custam cerca de R$ 350,00.
Nas Lojas Dudony, as vendas de aquecedores também aumentaram. “As vendas começaram há cerca de dez dias”, conta o vendedor Juliano Moraes. Segundo ele, os modelos mais procurados custam entre R$ 132,00 e R$ 145,00. “Nossa expectativa é que esse movimento continue crescendo.”
Na Ponto Frio, a vendedora Celina de Araújo conta que os aquecedores são vendidos à medida que chegam à loja. “Na sexta-feira, chegou um lote dos aquecedores Nilko e, no sábado, acabou tudo”, diz. Segundo ela, são vendidas cerca de 20 unidades por dia. A procura começou há aproximadamente um mês. Os preços variam entre R$ 129,00 e R$ 279,00, dependendo do modelo e da marca.