Chegada de frente fria pode amenizar quadro crítico

Uma frente fria que chega ao Sudeste, Sul e Centro-Oeste do País neste fim de semana pode, além de baixar os termômetros, amenizar o quadro crítico do nível dos reservatórios das hidrelétricas nessas regiões até o fim deste mês, informou, em relatório, a comercializadora de energia Comerc.

Em seu panorama semanal, que traz previsões do serviço de meteorologia Somar, a empresa afirma que, no Sul, as chuvas alcançarão as bacias do Uruguai e Iguaçu, com precipitação média de 100 milímetros. Já nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste, a chuva deve beneficiar as bacias do Paranapanema e do Paraguai – com acumulado médio de 75 milímetros.

No entanto, ainda é cedo para comemorar uma reversão do período de seca. “Tem frente fria chegando, mas o efeito dessas chuvas no nível dos reservatórios ainda não pode ser mensurado”, afirma Cristopher Vlavianos, presidente da Comerc. “A previsão traz um alívio de que essa situação crítica vai sim melhorar, mas recuperar tudo o que perdemos com os dias de seca vai ser muito difícil”, diz.

Para o executivo, as chuvas trazem uma perspectiva de melhora no setor elétrico, mas estão longe de resolver os problemas a curto prazo. “Até ter o solo molhado e isso virar vazão e chegar aos reservatórios ainda há um longo caminho.”

Segundo Vlavianos, caso a previsão se confirme, as chuvas em março devem ficar na média esperada ou “um pouquinho abaixo” – o que já representaria um avanço em comparação aos meses anteriores. “O que tínhamos era um quadro crítico em relação ao período chuvoso. Em janeiro, choveu 50% da média histórica; em fevereiro, por enquanto, apenas 30% do que costuma chover.”

Dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apontam que os reservatórios das Regiões Sudeste e Centro-Oeste estão no pior nível registrado nos últimos 12 anos. Até a quinta-feira, 13, o nível das reservas estava em 36,28%. No Sul, o armazenamento estava em 44,98%.

Vlavianos, no entanto, pondera que as expectativas otimistas para março podem não se cumprir. “Previsão meteorológica é justamente o que o nome diz: uma previsão. Em dezembro, a expectativa era de que em janeiro chovesse 96% da média para o período, e choveu 54%. Ainda é muito cedo para comemorar.”

Uma preocupação nos últimos dias tem sido o rápido esvaziamento dos reservatórios. No sistema Sul, as represas têm caído em média 1,2 ponto porcentual por dia. No Sudeste/Centro-Oeste, está em torno de 0,4 ponto. Em janeiro, essa queda ficou na casa de 0,2 ponto porcentual. O reservatório da Hidrelétrica de Marimbondo, por exemplo, caiu, em uma semana, quase 10 pontos porcentuais. Na quarta-feira, estava em 12,33% da capacidade máxima. Colaborou Renée Pereira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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