Os preços administrados e monitorados registraram em abril uma pequena queda de 0,50% em Curitiba. O principal item que influenciou o índice foi a gasolina, com variação negativa de 2,26%. Também apresentaram queda o transporte coletivo (-0,17%) e o gás de cozinha (-0,28%). Com o resultado de abril, os preços administrados acumulam no ano aumento de 1,47% e, nos 12 meses, variação positiva de 10,25% – índice superior à inflação, que é de 8,07%, medido pelo IPCA, e de 6,61%, pelo INPC. Em abril, o custo médio dos serviços públicos para uma família curitibana foi de R$ 471,93. Os dados fazem parte da pesquisa divulgada ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Dieese-PR), em conjunto com o Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge-PR).
Dos nove itens que compõem a cesta de tarifas públicas em Curitiba, três apresentaram redução: a gasolina – por conta da fixação da margem de lucro de até 11% sobre a gasolina e 30% sobre o álcool, que entrou em vigor no dia 2 de abril – , o gás de cozinha e o transporte coletivo – em abril, houve menos dias úteis, o que resultou em mais uso da tarifa ?domingueira?, no valor de R$ 1,00.
O Dieese-PR analisa ainda outros itens, que não compõem a cesta básica. São eles: álcool combustível, que apresentou elevação de 4,76%, diesel (0,06%), mensalidade do telefone celular (aumento de 8,16%), minuto do celular (9,52%) e minuto do celular pré-pago (9,17%). O economista do Die-ese-PR, Sandro Silva, lembrou que os dados relativos à telefonia celular se referem apenas à Tim. Cada operadora, apontou ele, tem uma data-base para reajustes.
Combustíveis
Entre todos os itens que compõem a cesta de preços monitorados, nenhum sofre tanta oscilação como os combustíveis – gasolina e álcool. E é praticamente o movimento deles que faz com que a inflação suba ou caia no mês. Depois da alta de 11,05% da gasolina em março em Curitiba, que elevou o preço médio de R$ 2,072 (fevereiro) para R$ 2,301, em abril houve queda para R$ 2,249. No entanto, já no final de abril, a liminar que limitava a margem de lucro de donos de postos caiu para os filiados do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis (Sindicombustíveis) – ou seja, para cerca de 180 postos. Com isso, a gasolina subiu para até R$ 2,38 em alguns postos já no início deste mês.
?Para maio, a expectativa é que haja deflação de 0,08% nos preços monitorados. Mas essa tendência pode se reverter se houver aumento da gasolina?, apontou Sandro Silva. Segundo o economista, a alta da gasolina se explica pelo aumento da margem de lucro dos donos de postos. Em março, a margem de lucro média era de 15,74% por litro e, em abril, caiu para 11,50%. ?Ainda assim, está acima da média de 2004, quando a margem era de 10,84%?, alegou.
Em abril, Curitiba apresentou a quinta gasolina mais barata do País na comparação com outras 15 capitais. A mais cara foi encontrada em Porto Alegre (R$ 2,536) e a mais barata em Belo Horizonte (R$ 2,147). No ano, o preço da gasolina já subiu 4,31% em Curitiba – é o maior aumento entre as 16 capitais pesquisadas.
O preço do álcool também não pára de subir. Nos últimos 12 meses, o preço do litro aumentou 71,86% em Curitiba – maior aumento entre as 16 capitais pesquisadas. Em abril, a capital paranaense registrou o segundo maior aumento (4,78%), atrás apenas de Porto Alegre (9,47%). Segundo Sandro Silva, mesmo com o início da safra de cana-de-açúcar, a tendência é que o preço do produto não caia. ?O Paraná está aumentando as exportações de açúcar e álcool. O aumento de preços é uma estratégia do segmento industrial.? Na semana passada, o litro do álcool em Curitiba custava R$ 1,491 em média.