Cesta básica tem maior alta desde novembro de 2002

O tomate voltou a pressionar o custo da cesta básica em Curitiba, no mês de abril. O quilo do produto ficou 76,86% mais caro na comparação com março, passando de R$ 1,21, em média, para R$ 2,14. Também a carne, com aumento de 2,76%, ajudou a pressionar o custo dos alimentos, e o resultado final foi a variação positiva de 6,58% na cesta, a maior desde novembro de 2002. Com o índice de abril, a cesta básica acumula, no ano, queda de 2,65% e nos 12 meses, alta de 0,32%.

Este foi o segundo mês seguido de aumento em Curitiba. Em março, a alta havia sido bem menor, de 1,51%. Dos 13 itens pesquisados na capital paranaense, sete, tiveram aumento e seis, queda no preço. No caso do tomate, a alta está relacionada sobretudo, ao período de final de safra e problemas climáticos, que ocasionaram perdas e prejudicaram a oferta do produto.

?O tomate é um produto muito sensível?, observou o economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Dieese-PR), Sandro Silva. Depois de o quilo do produto chegar a R$ 2,39 em dezembro, o preço caiu para R$ 0,97 em janeiro. Subiu para R$ 1,00 em fevereiro, para R$ 1,21 em março até chegar a R$ 2,14, em abril. A alta, porém, foi generalizada. Das 16 capitais pesquisadas pelo Dieese, 15 registraram aumento do preço do produto em abril, com destaque para Florianópolis, onde o quilo do tomate ficou 97,20% mais caro. No Rio de Janeiro, a alta foi de 85,95%. O menor aumento foi verificado em Goiânia (18,55%).

Além do tomate, a carne pressionou o custo da cesta básica, com aumento de 2,76%. Segundo o economista do Dieese-PR, houve uma recuperação do preço, uma vez que em fevereiro a carne havia sofrido queda de 5,46%. O preço médio do quilo passou de R$ 8,68 em março para R$ 8,92 em abril.

Outros produtos que tiveram aumento de preço, mas em menor magnitude, foram a banana (6,87%), o açúcar (3,73%), a farinha de trigo (2,16%), o café (2,08%) e o leite (1,75%). Na outra ponta, os itens que tiveram os preços reduzidos foram manteiga (-1,84%), arroz (-1,34%), batata (-1,23%), pão (-0,96%), óleo de soja (-0,49%) e feijão (-0,35%).

Terceira maior

Na comparação com outras 15 capitais pesquisadas pelo Dieese, a cesta básica de Curitiba é a terceira mais alta do País, a R$ 172,24, atrás de São Paulo (R$ 182,95) e Rio de Janeiro (R$ 175,64). A mais baixa foi verificada em Fortaleza (R$ 126,99). Com relação à variação do custo, Curitiba ficou, novamente, na terceira posição. O maior aumento foi registrado em Recife (7,15%), seguido por Florianópolis (6,70%).

Das 16 capitais pesquisadas, 15 registraram alta na cesta básica. A única capital a apresentar deflação foi Brasília (2,52%).

Para uma família curitibana composta por um casal e duas crianças, o custo médio com alimentação foi estimado em R$ 516,72 em abril. O valor do salário mínimo estimado pelo Dieese, suficiente para suprir necessidades básicas com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, entre outros itens, deveria ser de R$ 1.536,96.

Preços de artigos de limpeza e higiene variam até 953%

Artigos de limpeza e higiene, que passaram a ser pesquisados pelo Dieese-PR em parceria com a Federação dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação do Paraná (Feaconspar) em abril, mostram diferenças de preços que podem chegar a quase 1.000%. É o caso do balde de 8 litros, cujo preço variou entre R$ 1,29 e R$ 13,59, dependendo o supermercado – diferença de 953,49%. ?A questão é que existem diferentes marcas e qualidade de balde?, ponderou o economista Sandro Silva, do Dieese-PR. Ao todo, foram pesquisados 21 itens de limpeza e dez de higiene em 16 diferentes estabelecimentos de Curitiba.

Outros produtos que apresentaram grande diferença nos preços foram o limpa-vidros da marca Veja, 500 ml, encontrado entre R$ 2,45 e R$ 4,99 – variação de 103,67%. O sabão em barra da marca Minerva (cinco barras) foi encontrado entre R$ 2,48 e R$ 4,95 -diferença de 99,60%. ?Essa discrepância nos surpreendeu?, admitiu Silva. ?A gente não esperava uma diferença tão grande de preço.? Segundo o economista, o preço médio dos produtos poderá servir de parâmetro para os consumidores. A partir de maio, o Dieese-PR estará observando a variação dos preços em relação ao mês anterior, como já ocorre na pesquisa da cesta básica. (LS)

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