Cesta básica sobe pelo 4.º mês seguido

A cesta básica em Curitiba subiu mais uma vez, fechando o mês de abril com variação positiva de 3,23%. Foi o quarto aumento consecutivo, e a maior alta do ano. Entre os itens que puxaram o valor da cesta para cima, destaque para o tomate e a batata, que subiram 26,39% e 16,77%, respectivamente. No ano, a cesta básica acumula aumento de 10,12% e, nos últimos 12 meses, alta de 9,85%. Os dados foram divulgados ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Dieese-PR).

De acordo com Sandro Silva, economista do Dieese-PR, normalmente o primeiro semestre é marcado por queda nos preços dos produtos que compõem a cesta básica, e o segundo, por alta. No ano passado, por exemplo, de janeiro a abril, houve deflação de 1,82%, contra alta de 10,12% este ano. Os fatores climáticos – longa estiagem, seguida por períodos de chuva e, mais recentemente, a queda na temperatura -, no entanto, estão afetando os preços dos produtos este ano. É o caso da batata e do tomate, que subiram 77,36% e 51,67% no ano por conta especialmente da estiagem e queda na oferta.

Itens

Dos 13 itens que compõem a cesta básica, nove apresentaram alta em abril, um permaneceu estável e três tiveram queda. O tomate e a batata foram os que mais pesaram no bolso do consumidor. Caso o preço dos dois produtos tivesse permanecido estável, o aumento da cesta básica teria sido de 0,17% em abril, e não 3,23%.

A alta do tomate é atribuída à queda da temperatura e ao período inicial da safra. O tomate subiu em 12 das 16 capitais pesquisadas pelo Dieese. A redução da oferta por conta do início da colheita também fez aumentar o preço da batata, que subiu em todas as nove capitais pesquisadas pelo Dieese. Em Curitiba, o preço médio do quilo passou de R$ 1,61 para R$ 1,88. O maior aumento foi verificado em Belo Horizonte (43,84%).

Outros itens que registraram aumento de preços em abril foi o café (4,54%) – por conta da redução da área plantada no Paraná e produção quase 40% menor, além da quebra devido à estiagem -, feijão (4,31%) – em função da estiagem -, farinha de trigo (3,30%) – por conta da alta na cotação internacional e quebra da safra na Argentina. Também tiveram aumento o leite (3,25%), açúcar (1,63%), arroz (0,59%) e óleo de soja (0,41%). Na outra ponta, apresentaram queda de preço a manteiga (-6,57%) – que está retornando ao valor do início do ano -, a banana (-1,06%) e o pão (-0,26%) – que ainda não refletiu o aumento de quase 25% verificado em algumas padarias desde a semana passada. O único item que permaneceu com o preço estável foi a carne.

?Esperávamos um aumento, mas não nesta magnitude?, reconheceu Sandro Silva. Para o mês de maio, a expectativa é de novo aumento, ?a não ser que o tomate e a batata caiam drasticamente?. É aguardado ainda o aumento da carne, em função do clima.

Salário mínimo

Segundo estimativa do Die-ese, o salário mínimo do trabalhador brasileiro deveria ser de R$ 1.538,64, ou seja, 5,91 vezes o valor vigente no mês passado, de R$ 260. A partir do dia 1.º de maio o mínimo passou a ser de R$ 300.

A estimativa tem como base o maior valor apurado para a cesta básica – em Porto Alegre – e leva em consideração o preceito constitucional que estabelece que o salário mínimo deve suprir as necessidades de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, transportes, educação, vestuário, higiene, saúde, lazer e previdência.

Preço dos produtos subiu em 15 capitais

Em abril, o preço médio da cesta básica subiu em 15 das 16 capitais pesquisadas pelo Dieese. Entre as altas, as maiores variações foram apuradas em Belo Horizonte (6,53%), Fortaleza (5,45%) e Porto Alegre (4,28%). Curitiba ficou na sétima posição, com alta de 3,23%. A única capital que registrou queda foi Salvador (-0,78%).

Em termos de valor, Curitiba apresentou a terceira cesta básica mais cara do País, a R$ 171,69, atrás de Porto Alegre (R$ 183,15) e São Paulo (R$ 180,93). Em Curitiba, a alimentação para uma família (um casal e duas crianças) custou R$ 515,07. Segundo estimativa do Die-ese, o salário mínimo deveria ser de R$ 1.538,64, ou seja, 5,91 vezes o valor vigente no mês passado, de R$ 260.

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