O preço da cesta básica subiu em todas as 18 capitais analisadas mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) nos dois primeiros meses do ano. As maiores elevações foram em Salvador (18,90%), Natal (18,20%) e Aracaju (16,83%). Os menores aumentos foram em Belém (5,57%), São Paulo (7,11%) e Vitória (7,74%).
Considerando apenas fevereiro, o valor da cesta subiu em 15 das 18 capitais, apresentando baixa em três. Na comparação com janeiro, as maiores altas foram em Recife (8,35%), Fortaleza (7,22%) e João Pessoa (7,11%). As três capitais que registraram baixas foram Vitória (-0,63%), Goiânia (-0,56%) e Brasília (-0,24%).
Pelo quinto mês consecutivo, a cidade de São Paulo permaneceu em fevereiro no posto de capital com a cesta básica mais cara do País. O preço médio do conjunto de 13 produtos alimentícios que compõem a cesta atingiu R$ 326,59 em São Paulo, alta de 2,57% ante janeiro (R$ 318,40). Na sequência, apareceram Porto Alegre (R$ 318,16), Florianópolis (R$ 314,46) e Manaus (R$ 314,18). As capitais com valores médios mais baixos foram Aracaju (R$ 238,40), Campo Grande (R$ 269,38) e Salvador (R$ 270,04).
O Dieese estima que o valor do salário mínimo em fevereiro deveria ter sido de R$ 2.743,69, 4,05 vezes o mínimo em vigor, de R$ 678,00. Para chegar a esse valor, a entidade leva em conta a previsão constitucional de que o salário mínimo deve ser suficiente para cobrir as despesas de uma família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.
Em janeiro, o mínimo necessário era R$ 2.674,88, ou 3,95 vezes o piso vigente. Em fevereiro de 2012, o valor correspondia a R$ 2.323,21, ou 3,74 vezes o mínimo de então (R$ 622,00).
Ainda de acordo com a pesquisa, o preço da cesta básica comprometeu em no mês passado 46,91% dos vencimentos dos trabalhadores remunerados com o salário mínimo – em janeiro, o porcentual era de 45,59%. Em fevereiro do ano passado, a cesta básica equivalia a 42,44% do salário mínimo.
Para comprar os mesmos produtos adquiridos em janeiro, o trabalhador paulistano remunerado pelo salário mínimo necessitou cumprir jornada de 105 horas e 58 minutos. Em janeiro, exigiam 103 horas e 19 minutos. De acordo com o Dieese, o aumento está relacionado à variação do custo da cesta no mês. Em fevereiro de 2012, o tempo de trabalho necessário para a aquisição da cesta era de 97 horas e 49 minutos.
Em fevereiro, o custo da cesta em São Paulo comprometeu 52,36% do salário mínimo líquido – após os descontos previdenciários. Em janeiro, o porcentual era de 51,05%.