Cesta básica sobe 1,33% em Curitiba

O tomate, mais uma vez, liderou o aumento de preços entre os produtos da cesta básica. continua após a publicidade

Os produtos que compõem a cesta básica em Curitiba fecharam o mês de março com alta de 1,33%. Foi o terceiro mês consecutivo de elevação: em janeiro, a alta havia sido de 2,69% e, em fevereiro, 2,52%. Dos 13 itens que compõem a cesta básica, apenas dois tiveram queda no preço. No primeiro trimestre, a cesta básica subiu 6,68% e, nos 12 meses, 7,70%. Os dados foram divulgados ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Dieese-PR).

De acordo com o economista Sandro Silva, do Dieese-PR, a alta em março só não foi maior por conta da carne e do pão, que registraram redução dos preços – -2,78% e -1,53%, respectivamente. A carne, segundo Silva, tem peso de 34,64% na cesta básica, enquanto o pão, 13,62%. ?Se o preço da carne tivesse permanecido estável, a cesta teria aumentado 2,55% e não 1,33%?, apontou o economista.

A redução do preço da carne – de R$ 8,98 para R$ 8,73 o quilo do coxão mole – aconteceu em nível nacional. Das 16 capitais pesquisadas pelo Dieese, 11 registraram queda no preço do produto. De acordo com Sandro Silva, o aumento da oferta e o baixo consumo (em função da Quaresma) fizeram com que o preço caísse. O pão também apresentou queda em dez das 16 capitais pesquisadas.

Na outra ponta, tiveram aumento de preços o tomate (9,92%), a banana (8,63%), arroz (6,96%), açúcar (6,03%), leite (5,13%), feijão (3,20%), batata (2,55%), óleo de soja (2,09%), café (2,01%), manteiga (1,54%) e farinha de trigo (1,11%). Segundo Sandro Silva, havia perspectiva de estabilidade ou queda no preço do tomate, o que não aconteceu. ?A colheita atrasou, e em São Paulo e Minas Gerais problemas climáticos afetaram a oferta?, explicou. Das 16 capitais pesquisadas, nove registraram aumento no preço do tomate. A alta mais expressiva ocorreu em Belo Horizonte (31,19%). Em dois meses, o preço do tomate subiu 39,80%, com o quilo passando de R$ 1,03 para R$ 1,44.

O aumento do preço da banana, segundo Silva, foi percebido apenas no varejo. Desde janeiro, a fruta vem subindo -16,77% nos três primeiros meses. A venda para o mercado externo é apontada como um dos fatores. Outro aumento significativo foi do açúcar (6,03%). Conforme o economista, a demanda internacional é um dos principais motivos para a alta do produto. A título de comparação, em abril do ano passado o quilo do açúcar custava R$ 0,78 e, em março deste ano, fechou a R$ 1,23 – aumento de 57,69% no período.

Para o mês de abril, a expectativa é que a cesta básica suba mais uma vez. ?A não ser que o tomate e a batata tenham uma queda significativa?, ponderou Sandro Silva.

Outras capitais

Em comparação a outras capitais pesquisadas pelo Dieese, Curitiba foi a que apresentou a quinta maior variação no preço da cesta (1,33%). A maior alta ocorreu em Belo Horizonte (4,31%) e a menor em Natal (-5,22%). No primeiro trimestre, Curitiba é a capital que acumula maior alta da cesta (6,68%). Em seguida, aparecem o Recife (6,67%) e Salvador (5,37%).

Em relação ao preço, Curitiba também ocupou a quinta posição entre as cestas mais caras do País (R$ 166,32), atrás apenas de São Paulo (R$ 175,87), Porto Alegre (R$ 175,64), Brasília (R$ 167,29) e Rio de Janeiro (R$ 167,02). A cesta mais barata foi a de Fortaleza (R$ 127,42).

Para uma família curitibana formada por um casal e dois filhos, o custo da alimentação em março foi de R$ 498,96. Com isso, o salário mínimo necessário para atender necessidades vitais básicas como moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, deveria ser de R$ 1.477,49, o que corresponde a 5,68 salários mínimos atuais.

Fonte: Dieese-PR