A cesta básica de Curitiba encerrou o mês de maio com queda de 1,38%. Foi a segunda redução consecutiva; em abril, o recuo havia sido de 5,55%. Com os dados do mês passado, a cesta básica acumula no ano (janeiro a maio) aumento de 1% e, nos últimos 12 meses, variação positiva de 2,12%. Os dados foram divulgados ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Dieese-PR).
O resultado de maio ainda não reflete a queda da temperatura registrada esta semana em Curitiba. Isso porque a pesquisa da cesta básica se refere aos preços de varejo e não de atacado.
?Em junho, deve haver uma reversão. Há tendência de alta especialmente de produtos como carne, tomate, batata, leite?, afirmou o economista Sandro Silva, do Dieese-PR.
A queda nos preços de alguns produtos, em maio, deve-se ao período de safra. É o caso do tomate, que ficou quase 30% mais barato (veja tabela). Em valores, o quilo do produto passou de R$ 3,17, em média, em março, para R$ 1,70 em maio. ?O tomate estava com preço no patamar acima do normal?, afirmou. A queda do preço do tomate ocorreu de forma generalizada, nas 16 capitais pesquisadas pelo Dieese. A maior redução foi verificada em Recife (-49%) e a menor em João Pessoa (-4,79%). Outro produto influenciado pelo período de safra foi o açúcar. Em dois meses, o quilo do produto ficou 12,33% mais barato em Curitiba.
Por outro lado, o preço da batata subiu em oito das nove capitais pesquisadas pelo Dieese. Segundo Sandro Silva, diferentemente do tomate, a safra de batata é concentrada. Desde fevereiro, o quilo da batata já subiu 123% em Curitiba, passando de R$ 0,76 para R$ 1,70 (preço médio). O leite é outro item que não pára de subir. Conforme pesquisa do Dieese, o produto ficou 16,67% mais caro desde março. Em fevereiro, o litro do leite ?tipo C? era vendido a R$ 1,08, enquanto no mês passado saltou para R$ 1,26 em média. Segundo Silva, a alta do leite está vinculada ao aumento do preço no mercado internacional, que pressiona o mercado interno. Além disso, problemas climáticos elevaram o custo de produção.
R$ 169,66
Em Curitiba, a cesta básica fechou a R$ 169,66 – a quarta mais cara do País, atrás de Porto Alegre (R$ 192,91), São Paulo (R$ 184,93) e Rio de Janeiro (R$ 175,33). A mais barata foi registrada em Recife (R$ 134,17). Quanto à variação, todas as 16 capitais pesquisadas registraram queda, com destaque para Salvador, onde a cesta ficou 9,74% mais barata em maio. Curitiba (-1,38%) teve a segunda menor queda. Para o Dieese, o salário mínimo para atender necessidades básicas como educação e moradia deveria ser de R$ 1.620,64.
Higiene e limpeza ficam mais caros
Os produtos de higiene e limpeza ficaram 2,66% mais caros em Curitiba em maio, na comparação com abril. Só o grupo ?higiene? subiu 4,16%; os principais impactos vieram de produtos como sabonete (8,15%) e creme dental (8,48%). Os dados fazem parte da pesquisa realizada pelo Dieese-PR, em parceria com a Feaconspar (Federação dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação do Paraná).
Entre os produtos de limpeza, a alta foi de 0,53%, influenciada principalmente pelos aumentos na esponja de louça (11,07%) e cera para assoalho (4,67%). Por outro lado, houve queda no preço da água sanitária (-10,86%).
Além da variação de preços de um mês para outro, o Dieese-PR realiza pesquisa entre o menor e o maior preço de 20 artigos de limpeza e 10 itens de higiene. A maior variação (691,14%) é do balde de 8 litros, cujo preço varia entre R$ 1,58 e R$ 12,50, dependendo a marca e o estabelecimento pesquisado.
Entre os produtos de higiene, a maior variação foi verificada no shampoo Seda, encontrado entre R$ 2,54 e R$ 4,98 – ou seja, diferença de 96,06%. O desodorante Axe (90ml) ficou entre R$ 2,08 e R$ 3,45 – diferença de quase 66%. Para o economista Sandro Silva, do Dieese-PR, a grande diferença se deve sobretudo às promoções. O Dieese-PR faz a pesquisa de preços em 16 supermercados de Curitiba.