Tomate mais uma vez foi o vilão,
seguido de perto pela batata.

Já virou rotina: o tomate e a batata foram, mais uma vez, os vilões da cesta básica em Curitiba. O primeiro subiu 34,55% em agosto, enquanto o segundo, 15,56%. A variação no mês foi de 3,92% – a segunda maior alta do ano, perdendo apenas para maio, quando a variação foi de 4,16%. No ano, a cesta básica acumula alta de 8,02% e, nos últimos 12 meses, alta de 16,02%. Os dados foram divulgados ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese).

Em agosto, a cesta composta por 13 itens custou ao curitibano R$ 171,95. Para uma família composta por um casal e duas crianças, o custo foi de R$ 515,85. Entre as 16 capitais pesquisadas, Curitiba apresentou a sexta cesta mais cara do País. Quanto à variação do índice, a capital paranaense ocupou a 9.ª posição, entre 16 capitais pesquisadas. Segundo o Dieese, o salário mínimo para atender necessidades vitais básicas como moradia, alimentação, vestuário, saúde, educação, entre outros, conforme prevê a Constituição Federal, deveria ser de R$ 1.596,11.

Itens

Dos 13 itens que compõem a cesta básica, seis apresentaram alta em agosto. Os aumentos mais expressivos ficaram por conta do tomate (34,55%) e da batata (15,56%). De acordo com o economista Sandro Silva, do Dieese, o tomate subiu em 15 das 16 capitais pesquisadas. O maior aumento foi registrado em Aracaju (54,72%). Segundo ele, há três fatores que provocaram a alta: o clima, que atrasou o plantio e influenciou a colheita; o surgimento de pragas, que reduziu a oferta do produto, e finalmente a questão sazonal, que provocou a queda do preço do produto em julho e a recuperação do preço em agosto. “Se o preço do tomate tivesse permanecido estável, a cesta teria aumento de apenas 0,31%”, afirmou Sandro Silva.

Caso o tomate e a batata não tivessem subido, ao invés de inflação haveria deflação de 0,45% no preço da cesta no mês. Só nos últimos dois meses – julho e agosto -, a batata já subiu 35% em Curitiba. Segundo o economista, a safra de batatas no Paraná chegou ao fim e com isso depende de outros estados para abastecimento. “Houve diminuição de áreas plantadas nos estados que fornecem ao Paraná”, acrescentou Silva. Desde abril, a batata já subiu 90,2%.

Outros itens que registraram alta no mês foram o açúcar (8,51%) – aumento atribuído ao atraso na colheita da cana-de-açúcar, diminuição da produtividade e recuperação de preços no mercado interno aumentaram no mês -, a manteiga (4,68%), a banana (2,65%) e a farinha de trigo (0,45%).

Na outra ponta, registraram queda o arroz (-13,88%) -que vinha em patamar elevado e começou a recuar -, o café (-4,11%), óleo de soja (-3,38%), carne (-0,82%) e o feijão (-0,33%). O pão e o leite permaneceram estáveis.

Para Sandro Silva, os alimentos devem pressionar a inflação de agosto. Para setembro, a variação deve depender, mais uma vez, da batata, do tomate e da carne. “A batata deve manter tendência de alta ou se estabilizar. A carne, em princípio, também deve ter o preço mantido. Já o preço do tomate vem caindo.” Ele acredita que o índice deve ficar próximo a zero, mas com variação positiva.

Desde o início do ano, a batata subiu 116,67% em Curitiba, e o tomate, 108,94%. O arroz foi o item que registrou maior queda no período (-10,45%).

Nível nacional

Das 16 capitais pesquisadas pelo Dieese, 15 apresentaram aumento da cesta básica. A exceção ficou por conta de Fortaleza, que registrou queda de 3,11%. Os aumentos mais significativos ocorreram em Aracaju (8,52%), Natal (8,27%) e Florianópolis (8,07%). A cesta básica mais cara foi registrada em Porto Alegre (R$ 189,99), seguida por São Paulo (R$ 182,26), Rio de Janeiro (R$ 178,81), Belo Horizonte (R$ 176,21) e Florianópolis (R$ 175,64). Curitiba ficou na sexta posição. A capital que registrou a cesta mais barata foi Fortaleza: R$ 139,70.

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