O tomate foi o produto que puxou a alta de 7,28% na cesta básica de Curitiba, em março. Mas o levantamento de preços, realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e divulgado ontem, identificou aumentos em outros nove de um total de 13 produtos pesquisados. A alta elevou o conjunto de produtos essenciais para alimentação de uma pessoa, durante um mês, para R$ 231,30.
O índice obtido em março é o maior desde julho de 2008, quando a cesta básica subiu 7,35% e atingiu o valor de R$ 244,30. Há exatamente um ano, em março do ano passado, os produtos essenciais tinham passado por uma queda de 7,80%, e chegaram a custar R$ 210,56.
Além do tomate, que subiu impressionantes 75,39% (após alta, em fevereiro, de 17,18%), aumentos importantes também foram identificados no açúcar (8,14%), no leite (6,93%), na carne (4,61%), no feijão (4,18%) e no arroz (2,23%). Exceto no caso do feijão, cujos preços ficaram estáveis em fevereiro, todos os outros também tinham sofrido aumentos no mês anterior.
Com altas menos significativas, em março, ficaram o café (1,53%), a farinha de trigo (1,04%), o pão (0,58%) e a batata (0,45%). A manteiga (-0,11%), o óleo de soja (-0,74%) e a banana (-17,53%) foram os únicos produtos cujos preços baixaram no último mês.
“Além do preço elevado, o tomate está com baixa qualidade. As condições climáticas adversas desorganizaram a produção e tornaram necessário o replantio nas principais regiões produtoras”, avaliaram os técnicos do Dieese. “Após este procedimento são necessários cerca de três meses para a colheita. Assim, no momento a oferta é pequena e o preço teve alta”, explicaram.
Com a alta em março, a cesta básica curitibana acumula acréscimo de 9,18% no ano, e 9,85% em 12 meses. No primeiro trimestre, o produto que mais aumentou foi também o tomate (45,02%). O açúcar (26,46%), a batata (24,58%) e o leite (17,09%) vêm em seguida.
A banana (-13,39%) e o óleo de soja (-6,64%) são os únicos com baixa no ano. Nos últimos 12 meses, os campeões entre as altas são o açúcar (69,50%) e o tomate (68,34%). A maior baixa foi no feijão (-33,06%).
Apesar do forte aumento, a taxa de Curitiba não ficou entre as mais altas de março. A cidade campeã foi São Paulo (10,49%). O menor índice ficou com Natal (2,91%).
Se considerado o valor da cesta, a capital paranaense continua em uma posição intermediária entre as capitais pesquisadas. Os produtos mais caros do País estão em Porto Alegre (R$ 257,07) e São Paulo (R$ 253,74). Os mais baratos, em Fortaleza (R$ 182,43) e Aracaju (R$ 181,70).