Cesta básica de Curitiba é a 2.ª mais cara da Era Real

Na hora de se alimentar o curitibano está sentindo no bolso os reflexos de um ano repleto de números positivos sobre o crescimento econômico. Pelo terceiro mês consecutivo, o Dieese mostrou que a cesta básica da capital aumentou e, na avaliação de todo o período referente à estabilização da moeda (Plano Real), novembro de 2010 atingiu o segundo maior preço dos últimos 16 anos com R$ 239,06.

O preço só perde para o mês de julho de 2008, quando a cesta básica em Curitiba passou a custar R$ 244,30. Vale observar que dentre os seis maiores preços pagos pelos consumidores da capital a partir de julho de 1994, cinco foram neste ano.

Dez dos 13 produtos acompanhados pelo Dieese apresentaram aumento de preço. Nesse grupo, aparecem como principais vilões do aumento em novembro a banana (alta de 9,96%), a carne (alta de 8,91%), o açúcar (alta de 7,03%) e o feijão (alta de 5,01%).

Parte desses itens também foi responsável pelo aumento no valor da cesta de outubro e setembro em Curitiba. Tamanha contribuição acumulou no último trimestre, uma elevação de 11,4%.

“Mesmo com essa sequência de altas, ao contrário de outubro, em novembro nenhum item avaliado subiu mais de 10%, mesmo com fatores que pressionam os preços – como ampliação do poder aquisitivo dos trabalhadores que tiveram ganhos reais em várias categorias e a pressão ocasionada pela proximidade do 13º salário”, aponta o economista do Dieese-PR, Sandro Silva.

Para ele, alguns produtos com forte escalada de preços neste ano como a carne bovina, já apresentam uma tendência de queda. “A estiagem que afetou as pastagens, a redução das matrizes e o aumento das exportações pressionaram os preços, mas aos poucos o consumidor está revertendo a tendência, com a migração para aves e suínos. O resultado disso é a recuada, principalmente na última semana de novembro, dos preços pagos aos produtores. Se isso permanecer por mais tempo, a tendência é de que haja queda no preço da carne nos próximos meses”, prevê Silva.

Outro produto cuja alta de preço se deu por conta do clima foi a banana que nos dois meses anteriores subiu 15,79%, sendo que só em novembro o preço foi 9, 96% superior a outubro.

“É um produto muito sensível e suscetível às intempéries climáticas, uma chuva mais forte já compromete a produção e foi isso que afetou o valor”, explica o economista do Dieese-PR.

Contudo, o açúcar têm seguidamente ampliado seus valores sem recuar na mesma proporção. Enquanto em novembro de 2007, o produto valia R$ 1,13, em novembro deste ano, ele alcançou um preço médio de R$ 1,98.

“Aumento das exportações do álcool e açúcar, cotações internacionais nas alturas e todas as perspectivas ao aumento da demanda nos próximos anos vão seguir pressionando”, avalia Silva.

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