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O custo da cesta básica voltou a cair em Curitiba, pelo terceiro mês consecutivo. Em novembro, houve variação negativa de 2,94%, especialmente por conta do tomate, que registrou queda de 23,70% no mês. Com o resultado de novembro, a cesta básica acumula no ano variação de -0,67% e, nos 12 meses, variação de -0,64%. Os dados foram divulgados ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese).

De acordo com Sandro Silva, economista do Dieese-PR, há possibilidade de a cesta básica fechar o ano em Curitiba com índices negativos -algo que não acontece desde 1998. "Tudo vai depender do preço da carne", afirmou Sandro, referindo-se ao produto que costuma subir em dezembro em função das festas de final de ano. Em dezembro do ano passado, por exemplo, a alta da carne foi de 8,89%. Apesar disso, a variação no mês foi de apenas 0,03%, em função da queda de outros itens.

Em novembro, a cesta básica custou R$ 158,13. Para uma família curitibana, formada por um casal e duas crianças, o custo foi de R$ 474,39. Cálculo do Dieese aponta que o salário mínimo necessário para suprir necessidades vitais básicas como moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, conforme determina a Constituição Federal, deveria ser de R$ 1.439,68.

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Em comparação com outras capitais pesquisadas pelo Dieese, o custo da cesta básica em Curitiba foi o quinto maior, atrás de Porto Alegre (R$ 171,37), São Paulo (R$ 171,06), Rio de Janeiro (R$ 164,18) e Brasília (R$ 163,84). Na variação, Curitiba registrou a oitava maior queda. Como em meses anteriores, a redução do custo da cesta foi mais uma vez generalizada. Das 16 capitais pesquisadas, apenas duas – Belém e Goiânia – registraram alta da cesta.

Itens

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Dos 13 itens que compõem a cesta básica, oito tiveram queda em novembro em Curitiba. A variação mais expressiva foi a do tomate, com variação negativa de 23,70%. "A queda já era esperada. O preço vem caindo desde setembro em função da oferta de outros estados, e agora, por conta do início da safra no Paraná", explicou Sandro. Nos últimos três meses, o preço do tomate já caiu quase 49%, passando de R$ 2,57 o quilo em agosto para R$ 1,32 em novembro. Caso o preço do tomate tivesse permanecido estável, o custo da cesta em Curitiba teria sido de -0,68% e não -2,94%.

Outros produtos que tiveram redução de preço foram a batata (-5,80%), por conta da grande oferta do produto; banana (-3,00%), devido à concorrência de outras frutas da época; pão (-2,92%), em função do alinhamento de preços depois da alta de 2,17% em outubro; farinha de trigo (-2,50%) e óleo de soja (-2,21%) – questão cambial e baixa cotação internacional; carne (-0,94%) e manteiga (-0,35%).

Os aumentos ficaram por conta do arroz (9,25%), café (2,95%), açúcar (2,50%), feijão (2,03%) e leite (1,67%). Para Sandro Silva, o aumento do arroz não tem justificativa. "A alta deve ter ocorrido para recuperar o preço", afirmou. Em outubro, o produto havia registrado queda de 6,49%. O aumento do café é atribuído ao final da safra e queda da produção no Paraná. Já o açúcar continua com a tendência de alta.

Dezembro

Para dezembro, o custo da cesta básica vai depender do comportamento do preço da carne. "É uma incógnita", afirmou Sandro Silva. O tomate, segundo ele, pode ter uma queda menos expressiva. Também os preços da batata e da banana devem continuar caindo.