Cesta básica aumentou 3,83% em Curitiba

Os preços dos alimentos voltaram a subir em Curitiba, encerrando o mês de agosto com alta de 3,83% – o segundo maior índice desde janeiro. Com esse resultado, a cesta básica – que apresentava em julho queda de 0,08% no acumulado do ano – reverteu tendência e passou a acumular alta de 3,75% de janeiro a agosto. Nos últimos 12 meses, os preços dos alimentos subiram 12,82% – índice bem acima da inflação, que é de 3,74% no mesmo período no caso do IPCA, utilizado como meta de inflação pelo governo federal.  

Dos 13 itens pesquisados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, regional Paraná (Dieese-PR), dez tiveram aumento de preço em agosto e apenas três, queda. O tomate foi o item que mais subiu (24,33%), por conta da safra menor, seca em alguns estados produtores, além do aumento no custo da produção. A alta no preço do tomate foi generalizada, ocorrendo em todas as 16 capitais pesquisadas. Em Curitiba, o preço médio do quilo do produto passou de R$ 1,46 em julho para R$ 1,82 no mês passado.

O feijão também ficou mais caro (13,83%), por conta da quebra de safra em alguns estados e à falta de chuva. Em Curitiba, o feijão subiu 21,59% nos últimos dois meses, passando de R$ 1,76 o quilo em junho para R$ 2,14 em agosto. Também pesaram no bolso do consumidor o café, com alta de 4,21%, seguido pela carne (3,61%), leite (3,22%), óleo de soja (3,07%), batata (3,03%), arroz (2,14%), farinha de trigo (1,83%) e pão (0,91%).

?A alta desses produtos está relacionada sobretudo ao período de entressafra de alguns deles, falta de chuva em algumas localidades e ao aumento da cotação dos preços agrícolas no mercado internacional, como é o caso da soja, do trigo, do café e da carne?, apontou o economista Sandro Silva, do Dieese-PR. Por outro lado, houve queda no preço da banana (-10,17%), do açúcar (-1,56%) e da manteiga (-0,47%).

Para setembro, afirmou o economista, a previsão é que a cesta básica em Curitiba mantenha tendência de alta, porém num patamar abaixo do registrado em agosto. Segundo ele, o resultado vai depender basicamente de três produtos: o leite, que pode ter o preço estável ou até cair; o tomate, que também pode ter variação negativa, e a carne, cujo preço varia pouco mas tem grande peso no resultado da cesta.

Outras capitais

Na comparação com outras capitais, a alta de 3,83% em Curitiba foi a sexta menor do País. A maior variação foi registrada em Natal (9,62%) e a menor em Goiânia (2,26%). Quanto ao valor, a cesta de Curitiba (R$ 174,28) foi a sétima mais cara; o maior custo foi verificado em Porto Alegre (R$ 206,39) e o menor em Fortaleza (R$ 141,53).

Setor de higiene e limpeza também teve alta

Não foram apenas os alimentos que pesaram no bolso do consumidor em Curitiba no mês passado. Produtos de higiene e limpeza subiram 1,21%, conforme pesquisa divulgada ontem pelo Dieese-PR, em parceria com a Federação dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação do Paraná (Feaconspar).

A maior alta ocorreu entre os produtos de higiene, que ficaram, em média, 1,42% mais caros na comparação com julho. Os produtos com maior impacto foram sabonete, com alta de 2,98%, condicionador de cabelo (6,52%) e desodorante (7,96%), apesar das quedas no bronzeador (-9,29%) e no papel higiênico (-1,14%).

Já os produtos de limpeza subiram 0,90%, com destaque para a esponja de louça, com alta de 9,11%, água sanitária (6,23%) e detergente líquido (2,91%). Na outra ponta, o sabão em barra registrou queda de 3,70% no preço e o amaciante de roupa, redução de 4,12%.

Variação

Com relação à variação de preços – diferença entre o maior e o menor -, a pesquisa mostra que ela é maior entre os produtos de limpeza. No caso do balde de oito litros, o preço pode variar entre R$ 1,58 e R$ 7,90: diferença de 400%. O pano de chão também apresenta grande variação (143,50%), com os valores entre R$ 2,46 e R$ 5,99. Outros itens com variação acima ou igual a 100% são o sabão em barra (128,64%, entre R$ 1,99 e R$ 4,55), sapólio em pó (100,62%) e esponja de louça (100%). ?Ou há muita promoção de produtos ou os preços em alguns estabelecimentos estão muito altos?, observou Sandro Silva, do Dieese-PR.

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