Após dois meses com variação negativa (-10,72% em agosto e setembro), a cesta básica em Curitiba voltou a subir em outubro. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), os produtos tiveram alta de 1,51%.
Com os números de outubro, a cesta da capital acumula alta no ano de 18,25% em 2008 – a segundo maior alta do País, ficando atrás apenas de Florianópolis (19,71%).
Nos últimos 12 meses, o aumento é ainda maior, com variação de 23,58%, o que deixa Curitiba com a sexta maior alta. Segundo o Dieese, 13 das 16 capitais pesquisadas tiveram uma variação superior a 16% no período. De acordo com o órgão, as cestas básicas de 11 cidades acumulam aumento superior a 10% no ano. Todas as capitais apresentaram alta em outubro.
A cesta básica da capital paranaense, em outubro, teve a sétima menor variação, ficando à frente de São Paulo (1,48%), Goiânia (1,22%), Recife (0,98%), Belo Horizonte (0,79%), Brasília (0,27%) e João Pessoa (0,28%).
A maior elevação foi registrada em Fortaleza (8,07%). Mas a cesta da capital paranaense é a quinta mais cara, custando R$ 221,40, contra R$ 239,82 (a mais cara) registrada em Porto Alegre.
De acordo com o Dieese, oito dos 13 itens estudados tiveram aumento. Destes, a maior parte é de produtos que apresentaram maior queda nos dois meses anteriores. Dentre eles, o tomate, que, via de regra é um dos mais instáveis do índice, dessa vez foi de um extremo ao outro.
Se em agosto e setembro o tomate acumulou queda de -51,4%, em outubro o preço do produto subiu 12,57%, sendo o item que mais pesou na cesta do mês passado. Contudo, mesmo com as variações negativas nos meses anteriores, o tomate é o item da cesta que de longe acumula a alta do ano, 56,35%.
Depois do tomate, o açúcar (6,31%) teve a segunda maior variação em Curitiba em outubro, seguido do feijão (3,29%), do café (2,18%) e da carne (2,11%). Todos esses produtos vinham de queda anterior.
Por outro lado, a batata, que já acumulava queda de quase 30% em agosto e setembro, manteve a tendência de baixa no preço, com variação de -9,35% em outubro. O mesmo acontece com a manteiga (-6,39%) e a farinha de trigo (-3,19).
Apesar da leve alta em outubro, o economista do Dieese, Sandro Silva, prevê uma queda no preço da cesta básica em novembro e dezembro. Ele explica que os produtos que eventualmente apresentam uma maior variação podem pesar negativamente no índice.
“Há possibilidade de uma variação positiva em novembro, porém, com o início da colheita de alguns produtos, pode haver uma reversão dessa expectativa”, afirma.
Silva conta que a carne, que teve peso de 38,84% no valor da cesta básica de outubro, também pode influenciar negativamente na variação nos meses seguintes. “Como esse produto volta a ter um mercado externo com o fim do embargo de países da Europa, não sabemos como deve se comportar o mercado interno” diz.
Higiene e limpeza
O Dieese também pesquisou a variação de preços de produtos de limpeza e higiene. Segundo o órgão, estes grupos apresentaram queda de -1,30% em outubro. A pesquisa foi encomendada pela Federação dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação do Paraná (Feaconspar).