A central de exposição a derivativos, anunciada em 2009, está com dificuldade para sair do papel, segundo a presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Maria Helena Santana. “A central está patinando. Precisa de um maior esforço dos agentes privados”, disse ela, durante palestra de encerramento do 5º Congresso Internacional de Mercados Financeiro e de Capitais. “Não se pode perder essa oportunidade. Os bancos não podem esquecer o que ocorreu em 2008”, disse a executiva.
O objetivo da nova central é permitir que os bancos conheçam o grau de alavancagem dos clientes em operações de derivativos. Com essa informação, as instituições financeiras poderão ser mais criteriosas nos contratos de derivativos. E os órgãos reguladores, como a CVM, poderão ter informações mais precisas sobre a situação do mercado e dos riscos existentes. Para os bancos, destaca Maria Helena, o objetivo é evitar que tenham os mesmos problemas da crise de 2008, quando várias empresas tiveram problemas por estarem muito expostas a derivativos de câmbio, como a Sadia e a Aracruz.
Em novembro do ano passado, a CVM publicou o aparato legal para o funcionamento da Central de Exposição de Derivativos. O Conselho Monetário Nacional (CMN) já havia baixado a resolução de número 3.908 para permitir o funcionamento da central, que está sendo criada pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), BM&FBovespa e pela Cetip.