Centrais sindicais se concentram na manhã desta terça-feira, 16, na Avenida Paulista, em frente ao prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na Capital, em protestos contra as mudanças na Previdência e defendendo a manutenção da idade mínima para aposentadoria. A medida está sendo estudada pelo governo do presidente interino Michel Temer (PMDB). A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical, coordenada pelo deputado federal Paulinho da Força (SD-SP), são as principais organizações envolvidas.
De acordo com o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, as entidades esperam ter sucesso nas negociações após a resolução do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT). “O importante por enquanto é fazer mobilizações e adquirir força, a negociação só acontece com mobilização”, afirmou ao Broadcast Político (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado). O dirigente afirma que a instituição não está discutindo no momento se a efetivação de Michel Temer irá facilitar ou dificultar as negociações. “Estamos pautados na questão dos direitos. Se o governo chamar, iremos negociar”, disse.
As instituições que organizam o ato, batizado de “Dia Nacional de Luta Pelo Emprego e Direito”, cobram a manutenção da idade mínima para aposentadoria e são contrárias à desvinculação dos benefícios previdenciários ao salário mínimo, além de serem contra o nivelamento de trabalhadores urbanos e rurais na legislação e a incorporação do Ministério da Previdência Social ao Ministério da Fazenda, executada por Michel Temer após assumir interinamente a Presidência.
A manutenção dos direitos da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) sem flexibilizações, a redução da taxa básica de juros que viabiliza crescimento industrial, a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução dos salários e a retomada dos investimento no setor de energia, em especial no pré-sal, são outras medidas defendidas pelas organizações.
A escolha do local da manifestação em São Paulo, segundo a Força Sindical, se deve ao fato de a Fiesp ser associada à Confederação Nacional da Indústria (CNI) e defender a jornada semanal de trabalho de oitenta horas. A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, a Nova Central Sindical de Trabalhadores e a Central dos Sindicatos Brasileiros são outras instituições que coordenam protestos nesta terça.
Segundo a Força Sindical, ocorrem manifestações também em Florianópolis (SC), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), Maceió (AL) e Campo Grande (MS).