Centrais defendem mínimo de R$ 420

Foto: Arquivo/Agência Brasil

Ministro Luiz Marinho: orçamento prevê R$ 375.

As principais centrais sindicais brasileiras definiram ontem o valor que pretendem negociar com o governo federal e o Congresso para o salário mínimo no país em 2007. Após reunião realizada na capital paulista, as centrais decidiram que lutarão para que o mínimo passe dos atuais R$ 350 para R$ 420. Se confirmado, o novo valor corresponderia a um reajuste de 20%, superior ao aumento de 16,6% concedido pelo governo em 2006.

Além da correção do mínimo também decidiram que defenderão um reajuste de 7,77% para a tabela do Imposto de Renda no próximo ano. Este percentual, de acordo com o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, corresponde à defasagem da tabela durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva. O dirigente ressaltou, no entanto, que serão pleiteadas também perdas do governo Fernando Henrique Cardoso.

Participaram da reunião, além de integrantes da Força, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) e da Central Autônoma dos Trabalhadores (CAT).

As centrais destacaram que, com as estimativas de que o crescimento da economia será aquém das expectativas, os sindicalistas resolveram fazer manifestações também nos estados, além da Marcha de São Paulo a Brasília pelo Reajuste do Salário Mínimo, que deverá ocorrer no dia 6 de dezembro.

Segundo o presidente da CUT, Arthur Henrique da Silva Santos, a campanha do salário mínimo brasileiro é ?a maior do mundo?, pois 22 milhões de trabalhadores vivem com apenas um salário e 11 milhões recebem até dois salários. ?Quando as centrais tomam as rédeas de um processo como este, elas estão acabando com o leilão do salário mínimo, que, normalmente, é feito por deputados e senadores, em busca de holofotes?, comentou.

Governo

O ministro Luiz Marinho (Trabalho) disse em Brasília que o governo vai discutir um valor próximo ao que consta do orçamento de 2007 enviado ao Congresso, que é de R$ 375.

?O que devemos discutir com as entidades é o que está em torno da proposta orçamentária e buscar interagir da forma que fizemos o ano passado e o ano retrasado?, disse o ministro, que prevê reuniões com as centrais até o final do ano.

Ele também afirmou que o mínimo de R$ 375 repõe a inflação e que nos últimos anos os aumentos já levaram a uma recuperação do valor do salário, mas que entende que os sindicatos busquem agregar um ganho real a essa recomposição.

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