Sexta-feira. Dia normal de trabalho. Mas isto não foi empecilho para milhares de pessoas que foram conferir as megapromoções feitas por grandes redes de varejo, como Lojas Colombo e Casas Bahia. Em alguns locais, os descontos eram de até 70%. Os estabelecimentos no centro de Curitiba ficaram lotados com pessoas dispostas a pagar preços mais baixos em bons produtos. Algumas lojas abriram às seis horas da manhã; outras, às sete. Três horas depois da abertura, ainda havia filas no lado de fora das lojas da Avenida Marechal Deodoro.
Esta é a oportunidade que muitos esperam durante todo o ano para comprar um eletrodoméstico, um eletroeletrônico, utensílio ou móveis. Algumas pessoas juntam o dinheiro durante muito tempo para comprar o que querem neste período, quando as lojas precisam acabar com os estoques e acabam oferecendo descontos. Outros consumidores acabam aproveitando a oportunidade dos preços mais baixos, mesmo sem ter um objetivo específico de compra.
Elusa Nigrini estava com a mãe, na fila de uma das Lojas Colombo, na Marechal Deodoro. O objetivo era comprar um freezer. A mãe dela juntou o dinheiro durante todo o ano para adquirir a mercadoria. Na hora em que foram chamadas para entrar na loja (os estabelecimentos chamavam uma certa quantidade de consumidores por vez), a expectativa era grande para saber se encontrariam o que desejavam.
O estudante Daniel Silva Oliveira ficou na fila para comprar uma centrífuga. Foi para a frente da loja já sabendo o preço normal do produto. Só iria comprar se encontrasse um valor que realmente valesse a pena. ?Se não for assim, eu não vou levar. Também tenho que ver as condições de pagamento. Se estiver realmente valendo a pena, posso levar também uma máquina de lavar. Mas vai depender muito da oportunidade?, avisa.
A zeladora Lúcia Marques se programou durante 2006 para aproveitar as liquidações deste começo de ano. ?Pesquisei no ano passado e achei tudo caro. Não deu para comprar o que queria. Esperei a promoção, porque acaba valendo muito a pena?, comenta. A intenção dela era comprar um ferro e um televisor. Apesar da fila, ela acreditava que valia a pena fazer o sacrifício de enfrentar a enorme quantidade de pessoas disputando um produto. Mesmo sendo um dia útil. ?O patrão deixou eu chegar mais tarde para poder aproveitar as promoções?, comemora Lúcia.
Depois de enfrentar as enormes filas na calçada, o corre-corre dentro da loja, a fila para pagar o produto, é preciso levar as compras para casa. Os estabelecimentos que faziam a promoção já haviam informado que não fariam a entrega dos produtos. Então, não restou alternativa a não ser levar sacolas na mão e deixar caixas no meio da calçada.
Mayara Dias estava fazendo o esforço de colocar dentro do carro o televisor 29 polegadas que comprou. Chegou às cinco horas da manhã na fila e levou o produto que queria. ?Valeu a pena porque comprei a minha televisão. Queria ainda um DVD, mas não tinha mais?, afirma. Depois de enfrentar um verdadeiro quebra-cabeça para colocar a enorme caixa dentro de um carro pequeno e fazer o transporte, Mayara ainda tinha que trabalhar. Mas, apesar da correria e do cansaço, foi para o trabalho contente.
Algumas redes de lojas também abrem hoje mais cedo, para continuar com as promoções e acabar com os estoques.
Resultado
Segundo o Magazine Luiza, o faturamento da promoção de ontem, em todas as lojas da rede no País, atingiu R$ 55 milhões, R$ 5 milhões a mais que em 2006 e o equivalente a quase dez dias normais de vendas. Foram vendidos 1,4 milhão de itens.