Cenário é de perda de emprego e geração de trabalho informal, aponta IBGE

O aumento na desocupação no início deste ano em relação ao observado em 2014 é reflexo da queda na atividade já evidenciada pelo resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, afirmou nesta quarta-feira, 03, Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Isso é reflexo daquilo que aconteceu lá (no PIB). Se não gera trabalho, se a produção reduz, a consequência é essa”, disse. O PIB brasileiro recuou 0,2% no primeiro trimestre em relação aos três últimos meses de 2014. Na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, a queda foi de 1,6%, a maior neste confronto desde o segundo trimestre de 2009 (-2,3%).

Além da desaceleração da atividade, sempre há no início do ano um aumento da desocupação devido ao movimento sazonal de dispensa de temporários, explicou Azeredo. Há ainda a expectativa de quanto o mercado de trabalho vai reter dessa mão de obra contratada para atender à demanda das festas de fim de ano. “Neste ano, porém, o mercado não reteve nada, ele botou para fora”, disse o coordenador.

A taxa de desocupação medida pela Pnad Contínua subiu a 8,0% no trimestre até abril deste ano, o maior resultado já observado na série, iniciada em janeiro de 2012. “O mercado de trabalho inicia o segundo trimestre do ano ainda refletindo a desaceleração na atividade econômica”, disse Azeredo.

“Há dificuldade de permanência do emprego e de geração de novas oportunidades. Então, o cenário que se mostra hoje é de perda de emprego, perda de qualidade de emprego e remetendo a uma geração de trabalho focado na informalidade”, afirmou o coordenador do IBGE.

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