O economista-chefe da Icatu Vanguarda, Rodrigo Melo, avaliou que a alta de 0,4% da produção industrial em fevereiro em relação a janeiro deve motivar a revisão para cima de suas estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) tanto no trimestre quanto no ano (ele tinha estimado uma queda de 0,1% da indústria em fevereiro). O economista ponderou, no entanto, que em linhas gerais os resultados positivos do setor neste início de ano não mudam a perspectiva para 2014. “O cenário ainda é ruim, e o crescimento deve ficar aquém do que o governo queria que fosse”, disse.

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Ele acredita que a previsão da Icatu para o PIB do primeiro trimestre, que era de crescimento zero, pode mudar para um avanço tímido, de 0,1%, após o dado de hoje divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já a projeção para o desempenho da economia em 2014 deve passar de uma alta de 1,4% para 1,5%.

“Em janeiro e fevereiro tivemos boas notícias na produção industrial, os resultados basicamente devolveram os recuos de novembro e dezembro. Mas, para março, por enquanto há sinais ruins, como a queda da confiança industrial”, explicou.

Segundo ele, a produção de veículos automotivos, principal impacto positivo para a indústria no mês de fevereiro, pode não repetir o bom desempenho em março. Melo também chamou a atenção para a questão do calendário – como em 2014 o carnaval caiu em março, a indústria teve menos dias úteis. “A comparação ano contra ano tende a ser ruim. O que ajudou em fevereiro vai pesar negativamente em março”, revelou.

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Melo também disse que uma série de fatores impedem uma expectativa melhor para a produção industrial este ano. “Racionamento de energia é um risco, a política monetária está fazendo efeito, há uma exportação menor de manufaturados para a Argentina, a confiança de indústria está em queda e os estoques estão elevados”, citou. Com base nesses fatores, ele acredita que os segmentos ligados a investimentos e bens duráveis são os que vão mais “atrapalhar” o desempenho do setor ao longo dos próximos meses.

Copom

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O economista-chefe afirmou que a Icatu Vanguarda trabalha com uma alta de 0,25 ponto porcentual da taxa básica de juros na reunião da decisão de política monetária de hoje do Banco Central. “Também esperamos uma nova alta na reunião (do Copom) de maio, mas há um período longo até lá, então é preciso acompanhar os dados que irão saindo”, disse. “De qualquer forma, o cenário de inflação ainda é ruim no curto prazo.”