O presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Jorge Mattoso, disse ontem que o orçamento da instituição para a habitação em 2006 prevê investimentos de R$ 10,3 bilhões, incluídos R$ 2 bilhões em recursos da caderneta de poupança já disponíveis.
Conforme Mattoso, os recursos orçamentários serão contratados integralmente, uma vez que o ritmo do financiamento imobiliário segue aquecido no País. "Iniciamos o ano com R$ 24 milhões diários contratados. Isso leva a crer que os recursos orçamentários da CEF serão atingidos", destacou. Do início do ano até o dia 10, a Caixa já emprestou R$ 220 milhões, uma alta de 70% sobre igual período de 2005.
No ano passado, o banco investiu cerca de R$ 9,2 bilhões no financiamento imobiliário – o maior desembolso em dez anos -, ante orçamento inicial de R$ 10,1 bilhões. Conforme Mattoso, essa diferença deve-se a programas que ainda não completaram 12 meses de vigência e, portanto, ainda não foram computados. Além dos R$ 9,2 bilhões financiados, a CEF repassou em 2005 outro R$ 1,6 bilhão do orçamento geral da União, aplicado em desenvolvimento urbano.
O ministro da Cidades, Márcio Fortes, que acompanhou a apresentação do balanço da CEF em São Paulo, destacou que em 2006 a área habitacional contará com cerca de R$ 18,6 bilhões (incluindo R$ 6,7 bilhões desembolsados pelos bancos privados), ante R$ 13,8 bilhões destinados por todos os agentes do sistema no ano passado. "2005 é um marco para a habitação. Além do investimento recorde, é preciso destacar o grande crescimento da baixa renda no financiamento", afirmou Fortes.
Segundo ele, dos R$ 9,2 bilhões financiados pela Caixa, 46% foram destinados a 226 mil famílias com renda de até 3 salários mínimos.