Os estudos para privatizar o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, incluído na mais recente lista de ativos para concessão do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI) do governo federal, exigiriam ao menos um ano e meio, afirmou nesta sexta-feira, 22, o diretor vice-presidente de relações institucionais da CCR, Ricardo Castanheira.

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Com isso, uma licitação para escolher um operador privado para o terminal teria que ficar para 2019, contrariando a intenção do governo federal de usar as receitas com outorga para diminuir o rombo fiscal. “Você não licitaria Congonhas com menos de um ano e meio”, afirmou Castanheira, num intervalo da Sessão Especial do Fórum Nacional, organizado pelo Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae), no Rio.

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Os estudos para preparar Congonhas para licitação devem incluir um conhecimento do aeroporto, fazendo uma “due diligence”, com estimativa do potencial comercial do terminal. Castanheira destacou que Congonhas é um “ativo atrativo”, não requer grandes investimentos e o terminal tem o segundo maior movimento entre os aeroportos do País.

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“Os estudos têm que ser feitos de forma adequada. A pressa é inimiga de bons estudos”, disse Castanheira, destacando que os quatro aeroportos concedidos ano passado tiveram seus estudos iniciados em 2014. O executivo ponderou, por outro lado, que a atuação do PPI, desde o ano passado, tem privilegiado aspectos técnicos, o que tenderia a evitar que a licitação seja feita de forma apressada, sem os estudos adequados.

Apesar das críticas sobre a pressa do governo em licitar ativos como Congonhas, Castanheira não vê risco de a necessidade de buscar receitas para cobrir o rombo fiscal afugentar investidores ou levar a lances considerados insustentáveis, como ocorreu em leilões anteriores. “Nenhuma empresa vai se propor a pagar um valor desde o início sem ter a intenção de fazer um bom trabalho”, afirmou o executivo.

Castanheira também disse que a disputa entre o governo federal e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em torno da devolução de recursos da instituição de fomento para o Tesouro Nacional não atrapalha os planos da CCR. Eventual redução da disponibilidade de crédito do banco de fomento não afeta o apetite da empresa nos próximos leilões. “A CCR não tem problema de crédito”, afirmou Castanheira.