A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) diminuiu sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da construção em 2013 de 4,5% para cerca de 3%. O motivo para isso é a lentidão das obras públicas de infraestrutura, somada ao menor volume de lançamentos imobiliários entre 2012 e 2013.

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“O retardo das obras de infraestrutura foi fundamental para a revisão”, disse o presidente da Cbic, em entrevista para o Broadcast durante evento que reuniu empresários do setor. O executivo ponderou que, apesar da aceleração das obras voltadas para a Copa do Mundo, há muitos atrasos nos projetos de concessões e leilões de portos, aeroportos, rodovias e ferrovias. “Ano passado, muitos leilões foram revistos e atrasaram. Então não vão dar resultados para o PIB neste ano”.

Já no setor imobiliário – que envolve a construção de prédios residenciais e comerciais – as incorporadoras estiveram concentradas em vender unidades que estavam nos estoques, ao invés de colocar novos projetos no mercado ao longo de 2012 e início de 2013. “A venda dos estoques movimenta o dinheiro para as empresas, mas se não tem novos projetos, não acrescentam quase nada para o PIB da construção”, explicou. No setor, as obras são iniciadas em torno de seis meses após o lançamento.

Apesar da projeção de crescimento menor em 2013, o executivo se disse otimista com os setores de infraestrutura e imobiliário. Simão observou que os lançamentos de empreendimentos residenciais foram retomados no primeiro semestre, com boas tendências de crescimento daqui pra frente. “Desde maio, as empresas voltaram a investir. A demanda por imóveis é enorme”.

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Já a perspectiva da Cbic para o setor de infraestrutura é que ocorra um aumento gradual dos investimentos, tendo em vista que o Ministério da Fazenda prevê a movimentação de R$ 470 bilhões com projetos de logística, energia elétrica e petróleo e gás. “Se todos esses leilões forem atendidos, acredito que vamos contratar um volume grande de obras, com efeitos (no PIB da construção) em 2014”, avaliou. Com exceção das empresas do setor elétrico, negociando as taxas de retorno com o governo, as dos outros setores devem ter boa participação nos leilões, segundo estimativa de Simão.