O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, se reuniu nesta terça-feira, 17, com o novo ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira (PTB), e pediu a organização de encontros regulares com representantes da pasta e dos trabalhadores. A ideia é que um grupo de trabalho discuta a partir de meados de junho possíveis soluções para o desemprego na construção.

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Entre as questões que já foram levantadas está o combate à informalidade. “Informalidade é uma praga na construção civil”, afirmou o executivo. Para a CBIC, uma das prioridades do novo governo deve ser a fiscalização e a adoção de políticas que premiem o trabalhador formal.

“O ministro pediu um prazo até a metade de junho para concluir a discussão da Previdência e a partir da segunda quinzena desse mês deve ser criado um grupo de trabalho tripartite”, acrescentou. O setor da construção civil tem sofrido com perdas constantes de empregos e, nos 12 meses até março, já foram demitidos 473,8 mil trabalhadores.

O presidente da CBIC disse, no entanto, não ter pressa para acelerar a agenda de discussões com o Ministério do Trabalho. “Não estou com tanta pressa ou tanto nervosismo, porque precisamos ajeitar a casa. O novo governo tem de verificar como está a situação dos ministérios e ver se tem alguma ‘bomba’ deixada nas pastas”, afirmou o executivo. “A partir de hoje, comecei a fazer algumas solicitações para falar com as pessoas”, acrescentou.

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A ideia, de acordo com presidente da CBIC, é se reunir nos próximos dias com todos os ministérios que tenham influência no segmento, como Planejamento, Fazenda, Meio Ambiente e Cidades.

As discussões com o novo governo começaram antes do afastamento de Dilma Rousseff (PT) do comando do Planalto. O executivo da CBIC contou que teve um encontro com o atual presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), uma semana antes da votação sobre o processo de impeachment no Senado. Na ocasião, foi entregue ao peemedebista uma agenda da construção civil para os anos de 2016 a 2018, com uma série de ajustes econômico vistos como necessários para o País.

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Entre os pedidos constava a adoção de um mecanismo que suspenda novas despesas e ampliação das despesas existentes quando constatado déficit orçamentário. Também foi colocada a discussão e rápida aprovação da reforma da Previdência, com adoção da idade mínima. Nas relações trabalhistas, para o grupo, os termos negociados devem se sobrepor ao legislado.

“Se não tiver recursos no sistema, não adianta pensar em outras coisas. Por isso, hoje é muito mais importante resolver a questão da Previdência e gasto público do que qualquer outro tema”, acrescentou Martins.

Para a habitação de interesse social, a entidade pede incentivo ao uso simultâneo de subsídio e financiamento na faixa 1,5 do programa Minha Casa Minha Vida e diminuição o custo operacional dos negócios com recursos do FGTS.