O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, criticou a medida provisória que destina recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para socorrer as santas casas e os hospitais filantrópicos que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O fundo poderá disponibilizar para a nova linha 5% do seu programa anual de aplicações, o que será equivalente a cerca de R$ 4 bilhões só neste ano.
“Sabemos que o problema das santas casas é real, mas não concordamos com o caminho que está sendo feito pelo governo”, salientou Martins. “O setor da saúde conta com dinheiro carimbado do Orçamento. E o rombo dos hospitais mostra que houve algum problema de má gestão. Além de bancar o déficit atual, também terão de pagar esse empréstimo, uma situação ainda mais difícil”, alertou.
Martins criticou o redirecionamento do dinheiro do FGTS para fins distintos da sua fundação original, que são habitação e saneamento básico. “Quando alguém está com um problema de falta de recursos, vai no FGTS, que virou um Posto Ipiranga. Se falta recursos, pede no Posto Ipiranga”, criticou.
O presidente da CBIC lembrou que, desde o ano passado, o fundo foi requisitado para distribuir saques de contas inativas, metade do lucro aos trabalhadores e teve a correção reajustada. “O excesso de usos do FGTS é algo que nos preocupa muito. Ele teve uma sangria. Está ficando mais difícil ao fundo cumprir o orçamento para os próximos anos. E isso levará a uma redução dos investimentos em habitação”, ponderou.