Após uma manhã animada, quando subiu 1%, a Bovespa inverteu o sinal no começo da tarde, pressionada por um movimento pontual de realização de lucros na Vale, após a mineradora ter anunciado um lucro recorde em 2010. No decorrer da tarde, o mercado doméstico se manteve cauteloso, com os investidores reduzindo posições para não passar o final de semana muito expostos ao risco dada a gravidade da situação política na Líbia.

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O Ibovespa fechou com variação negativa de 0,07%, aos 66.902,53 pontos, depois de ter registrado na máxima alta de 1,02%, aos 67 632 pontos, e a mínima de -0,92%, para 66.331 pontos. Esta não foi uma boa semana para o mercado brasileiro de ações, que acumula perda de 1,71% no período. Mas no mês, o Ibovespa está positivo em 0,49%.

As ações da Vale, que pela manhã chegaram a subir mais de 2%, encurtaram a alta, mas apenas por motivos técnicos, pois o balanço da companhia foi muito bem recebido por analistas. Segundo operadores, uma corretora vendeu um lote grande de papéis num movimento puramente de realização de lucros. A PNA fechou em ligeira alta de 0,02% e a ON avançou 0,34%.

A maior empresa de minério de ferro do mundo teve lucro líquido de US$ 5,917 bilhões no quarto trimestre de 2010, 289,5% acima do mesmo período de 2009, no padrão contábil norte-americano (US GAAP). No acumulado do ano, o lucro líquido da Vale cresceu 222,7%, para US$ 17,264 bilhões, maior lucro da história da empresa. A expectativa dos analistas é de que a mineradora continuará entregando bons resultados também em 2011, ainda refletindo a alta dos preços do minério de ferro.

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No caso de Petrobras, o comportamento das ações se mantém atrelado ao preço do petróleo, que após ter se estabilizado durante boa parte do dia, voltou a subir no final da tarde. Assim, Petrobras PN terminou o dia em alta de 0,81% e a PN subiu 1,39%. Logo após o fechamento do pregão, a Petrobras reportou lucro líquido de R$ 10,602 bilhões no quarto trimestre deste ano, uma expansão de 38,38% em relação ao mesmo período do ano passado (R$ 7,661 bilhões). No acumulado de 2010, o lucro líquido totalizou R$ 35,189 bilhões em 2010, com elevação de 17% ante o ano anterior. De acordo com a empresa, é o maior resultado anual da história da companhia.

Em Londres, o barril foi cotado US$ 112,14, alta de 0,70%, e em Nova York, o barril fechou a US$ 97,88, valorização de 0,62. De qualquer forma, a alta é mais branda do que a observada nos outros dias. O mercado deu uma acalmada de ontem à noite para cá reagindo a declarações de autoridades da Casa Branca, da Agência Internacional de Energia e da Arábia Saudita de que há reservas suficientes para compensar a produção líbia.

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Nos EUA e na Europa, as bolsas tiveram hoje um respiro pela primeira vez na semana. Às 18h, o índice Dow Jones subia 0,52%; o S&P 500 avançava 1,06% e o Nasdaq, +1,58%. A Bolsa de Londres teve ganho de 1,37% e a de Frankfurt subiu 1,51%.

Câmbio

Na máxima, perto da abertura, a moeda norte-americana bateu R$ 1,664 (-0,06%), mas perdeu força ao longo da manhã, o que levou o Banco Central a comprar moeda à vista, pela qual fixou taxa de R$ 1,6608. Em seguida, a autoridade monetária “chamou” uma oferta de swap reverso, na qual vendeu US$ 914,6 milhões em contratos com três vencimentos. Essa operação equivale a uma compra de dólar pelo Banco Central no mercado futuro que, em troca, paga uma taxa de juros à instituição dealer participante. Ainda assim, no início da tarde, o dólar estava perto da mínima intraday (R$ 1,658, -0,42%) e valia R$ 1,659 (-0,36%) no balcão. No mercado futuro, o dólar março era cotado a R$ 1,6605, com perda de 0,24%. Ou seja, com essas ferramentas, o BC conseguiu conter o tamanho das perdas da moeda. À tarde, houve outro leilão à vista e o BC pagou taxa de corte de R$ 1,6625.

No fechamento, o dólar à vista caiu para R$ 1,6630 no balcão (-0,12%) e na BM&F (-0,02%). Na semana, a moeda acumulou ante o real leve baixa de 0,06%; no mês apura uma perda de 0, 66% e, no ano, baixa de 0,06%. O giro financeiro em D+2 até às 16h37 somava cerca de US$ 1 bilhão – ou 81% inferior ao de ontem (de US$ 5,376 bilhões).

No mercado futuro às 16h39, o dólar março de 2011 caía 0,12%, para R$ 1,6625, com um volume financeiro de US$ 10,940 bilhões; e o dólar abril de 2011 recuava 0,18%, a R$ 1,6735, com um giro de US$ 522,7 milhões. O total movimentado somava US$ 11,658 bilhões com cinco vencimentos negociados, todos em baixa, informou a BM&F.

ÀS 16h46, o euro era negociado em US$ 1,3744, de US$ 1,3799 no fim da tarde de ontem. O dólar subia a 0,9284 franco suíço, de 0,9264 franco suíço ontem, mas caía a 81,73 ienes, de 81,89 ienes ontem.

Juros

Ao término da negociação normal da BM&F, o volume de contratos negociados nos vencimentos curtos era bem menor do que a explosão no giro vista na véspera, mas ainda assim respeitável. No primeiro contrato a vencer após a reunião do Copom na quarta-feira, o DI abril de 2011 tinha 391.680 contratos, ante 1,277 milhão ontem, e estava em 11,65%, de 11,66% no ajuste de ontem. O DI julho de 2011, com 536.420 contratos (771.675 ontem), projetava 12,18%, ante 12,21% ontem. O DI janeiro de 2012, com 497.745 contratos (913.055 ontem, saía de 12,62% para 12,61%. O DI janeiro de 2013 (106.125 contratos) passava de 12,80% para 12,79%. Nos longos, o DI janeiro de 2017 (28.160 contratos) cedia de 12,37% para 12,33%.