O mercado vai operar com uma boa dose de cautela até que seja conhecida a ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), às 15 horas, que pode ajudar os profissionais a afinarem suas apostas para a próxima decisão sobre política monetária nos Estados Unidos. Há profissionais esperando que o documento mostre preocupações com as condições do sistema financeiro e também com a alta da inflação – embora outros analistas afirmem que a ata pode estar ultrapassada. Na dúvida, enquanto não sai o documento os mercados ficam em banho-maria.
No caso dos juros na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o mercado vem ampliando os prêmios nos contratos desde o pregão eletrônico de ontem, em uma atitude defensiva. Na dúvida, a ordem é reduzir posições vendidas, o que provoca a alta das taxas. Às 10 hora, o contrato de depósito interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2010 projetava taxa de 11,94% ao ano, ante 11,84% ontem; e o DI janeiro de 2009 tinha taxa de 11 66% ao ano, de 11,59% do dia anterior.
Antes da ata, está prevista a divulgação de indicadores importantes, que devem ter também muita influência sobre o humor dos investidores. O indicador mais aguardado é o índice de confiança do consumidor de agosto, da Conference Board, que sai às 11 horas, e que será visto como um importante termômetro da disposição dos norte-americanos em consumir, depois das recentes turbulências nos mercados financeiro e de crédito. Antes disso, às 10 horas, sai o índice de atividade industrial regional de agosto do Fed de Richmond.
No Brasil, a proximidade da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nos dias 4 e 5 de setembro, também tem sido motivo de pressão sobre os contratos de DI. Continua vigorando a aposta de que haverá mais um corte de 0,25 ponto na Selic. Mas, diante da alta da inflação corrente e da elevação das projeções de inflação para 2007 – cada vez mais perto dos 4% – a probabilidade de manutenção da taxa na semana que vem não é desprezível. Hoje, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) divulgou o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) referente à terceira quadrissemana de agosto, que subiu 0,11%. O resultado ficou dentro das estimativas, que iam de 0,06% a 0,15%.