Uma confirmação da cassação da outorga das usinas termelétricas do grupo Bertin em atraso pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) pode ajudar a viabilizar o leilão de energia A-3, adiado por falta de demanda, disse, nesta segunda-feira, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, no Rio de Janeiro, alertando para o fato de que a realização do leilão dependerá da demanda.
“Dependendo da decisão da Aneel, vai haver um buraco”, disse o executivo após participar do seminário Parcerias para o Desenvolvimento – PPPs e Concessões. “Se saírem essas usinas, vai se criar um espaço para as distribuidoras preverem essa demanda.” Previsto inicialmente para março deste ano, o leilão para a compra de energia com entrega agendada a partir de janeiro de 2015, foi adiado para junho.
Sobre o leilão A-5, Tolmasquim mostrou-se confiante na entrada dos projetos da hidrelétrica de Sinop, no Rio Teles Pires (MT) e da usina de Cachoeira Caldeirão (AP). Segundo ele, o processo de licenciamento ambiental de ambas está avançado. O executivo se mostrou reticente, no entanto, com o projeto de São Manoel, também em Mato Grosso.
“Espero que São Manoel não fique de fora. Atrasamos o leilão para ver se ela entra, mas é a mais atrasada”, disse. Para o presidente da EPE, a resolução das questões indígenas é o ponto mais sensível do licenciamento do projeto. “Está difícil, mas estou otimista”.