O número de recuperações judiciais de médias e grande empresas atualmente supera a marca de 300 por ano. Os casos de completo restabelecimento do negócio, no entanto, são raros. A varejista carioca Casa & Vídeo, que vende de eletrodomésticos a ferramentas, é considerada um caso clássico de companhia que tinha bons ativos, uma marca forte e uma operação relevante que a recuperação judicial conseguiu salvar. O estopim da crise da varejista foi uma operação da Polícia Federal, em 2008, que investigava crimes de sonegação fiscal, contrabando e lavagem de dinheiro por parte dos gestores da companhia. Treze membros da gestão da empresa na época chegaram a ser presos.

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A varejista entrou em recuperação judicial em 2009, em caso administrado pela Alvarez & Marsal, empresa americana especializada em auxiliar negócios em dificuldades. Dois anos depois, a empresa acabou comprada pelo fundo Polo Capital e conseguiu seguir competindo no mercado do Rio.

Procurada, a Casa & Vídeo não quis dar entrevista, mas informou ter 3 mil funcionários e 87 lojas no Rio de Janeiro. A companhia diz que seu Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) é de R$ 100 milhões ao ano. O pagamento das dívidas da Casa & Vídeo superou os dois anos de duração da recuperação judicial. A companhia segue fazendo os acertos e diz que já acelerou o cronograma inicial dos pagamentos dos débitos em 50%. Em 2009, quando a recuperação foi pedida, as dívidas da Casa & Vídeo superaram os R$ 300 milhões, divididos em uma lista de cerca de 500 credores.

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Resultado

Mas para ser considerada bem sucedida uma recuperação judicial não precisa apresentar resultados tão claros quanto os da Casa & Vídeo. Na opinião de fontes ouvidas pelo jornal O Estado de S. Paulo, as recuperações de duas companhias do grupo EBX – a petroleira OGX e a empresa de construção naval OSX – podem ser consideradas de sucesso. Com uma dívida combinada de R$ 16 bilhões, elas conseguiram renegociar os débitos em até 30 anos.

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“É um caso de sucesso, com dois planos aprovados em situações complicadíssimas”, diz o advogado Thomas Felsberg, que já atuou em vários processos de recuperação. “O que ninguém esperava era que o preço do barril de petróleo despencasse, fazendo com que os negócios ficassem inviáveis de novo.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.