Foto: Arquivo/O Estado

 Dólar baixo faz com que brasileiros aumentem suas compras no país vizinho.

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O fim do ano se aproxima e, com o dólar baixo, Foz do Iguaçu está mais atrativa do que nunca. Comprar na vizinha Ciudad del Este, Paraguai, e também em Puerto Iguazu, Argentina, exige, no entanto, alguns cuidados. Um deles é o limite de US$ 300 para as compras. Quem excedê-lo tem de pagar imposto – e se não o fizer, pode ter que responder à Receita Federal, que há um ano vem apertando o cerco ao contrabando.

Para evitar transtornos aos turistas neste final de ano, a Receita apresentou na sexta-feira, em Foz do Iguaçu, uma cartilha de compras no exterior, no qual detalha todo o procedimento que deve ser seguido por quem fizer compras nos países vizinhos. A cartilha dá dicas até sobre como atestar a procedência das mercadorias, mas isto vem em segundo plano: o que importa, para a Receita, é evitar a sonegação. A cartilha, inicialmente com tiragem de 150 mil exemplares, será distribuída em postos de pedágio, hotéis, rodoviária, aeroporto e postos de informações turísticas.

O que pode ser comprado no Paraguai e Argentina? Tudo, exceto, é claro, mercadorias ilegais, como armas, munição, remédios com finalidade comercial e drogas. E o que fazer se o valor da compra exceder os US$ 300? Neste caso, não há alternativa: o comprador tem de pagar 50% do excedente, e este pagamento será feito numa agência do Banco do Brasil ao lado dos postos da aduana.

E o turista que viajar de avião também está sujeito ao limite de US$ 300? Sim, se ele utilizar este meio de transporte para chegar e voltar de Foz, usando a via rodoviária para fazer compras do outro lado da fronteira. Se ele vier do exterior de avião, o limite é de US$ 500, e isto vale para qualquer ponto de desembarque em território nacional.

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Segundo a Secretaria de Turismo de Foz, a cidade recebeu no ano passado 1,1 milhão de visitantes, número que exclui os ?turistas de compras?, também conhecidos por ?sacoleiros?. Não há estimativa confiável sobre o número de ?sacoleiros? que viajam a Foz, pois a cidade perdeu seu principal meio de controle, que era o pagamento da taxa de turismo. No final do ano, o número de visitantes costuma aumentar consideravelmente, sobretudo no réveillon, ápice da temporada turística por causa das promoções oferecidas pelos hotéis da cidade.

O cerco da Receita ao contrabando, batizado de Operação Cataratas e da qual participaram as polícias Militar, Federal e Rodoviária, apreendeu em 12 meses o equivalente a US$ 60,3 milhões em mercadorias, 121% a mais que em igual período do ano anterior, quando o total de apreensões atingiu o equivalente a US$ 27,2 milhões. A Operação Cataratas foi encerrada na segunda-feira. Mas o cerco ao contrabando vai continuar com a Operação Fronteira Blindada, iniciada no mesmo dia e prevista para se estender até 30 de junho do próximo ano.

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