A mudança do fator previdenciário (cálculo utilizado para corrigir as aposentadorias) foi criticada nesta terça-feira, 26, em carta aberta, pelo Centro de Debates de Políticas Públicas (CDPP). A instituição, com sede em São Paulo, reúne economistas, acadêmicos e empresários que se dedicam a discutir e a lançar propostas para uma agenda de desenvolvimento do País.

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“Nossa preocupação é com o futuro do Brasil: no meio dos debates de curto prazo não devemos aprovar uma verdadeira contra reforma”, explicou Ilan Goldfajn, integrante da diretoria do CDPP e economista-chefe do Itaú Unibanco. Entre os associados da entidade estão os economistas Affonso Celso Pastore, que também integra a diretoria, Edmar Lisboa Bacha, Eduardo Gianetti e empresários como Pedro Passos, sócio fundador da Natura.

A mudança aprovada na Câmara ainda precisa passar pelo Senado e vai elevar o valor das aposentadorias. A carta do CDPP explica que o custo das aposentadorias já vem crescendo e que a nova regra piora o cenário na hora errada, quando País ainda precisa fazer o ajuste fiscal. “O gasto do INSS aumentará 0,7% do PIB, apenas entre 2014 e 2018 (antes da mudança)”, diz o texto. Já se previa que esta pressão seria coberta com a alta de tributos. “A proposta deve aumentar em 25% o gasto com aposentadoria por tempo de contribuição (que representa em torno de 30% do gasto do INSS), crescendo ainda mais a pressão para o aumento de impostos.”

A carta reforça que a questão da aposentadoria exige mudanças que possam garantir a saúde financeira do sistema, hoje ameaçada. O país está envelhecendo. Há um número cada vez menor de jovens contribuindo e um número maior de idosos para receber o benefício. O cenário fica mais grave porque o brasileiro se aposenta cedo e vive cada vez mais. A carta está no site do CDPP. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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