Consumidores já sentiram a alta de preços da carne bovina no mês passado e o valor pode aumentar até o final do ano. Na inflação, as carnes já causaram impacto de 2,27% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro. O preço de alguns cortes cresceu na comparação com agosto, mas clientes de supermercados e açougues ainda pagam valores menores do que em dezembro de 2011.

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De acordo com o economista Cid Cordeiro, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Paraná (Dieese-PR) de agosto para setembro subiu o preço do coxão mole (3,39%) e da alcatra (6,35%). No entanto, no acumulado entre janeiro até o mês passado, na comparação com dezembro de 2011, baixaram o contrafilé (-8,15%), filé mignon (-1,72%), coxão mole (-5,66%), alcatra (-9,32%) e patinho (-4,77%). “Ainda existe margem para aumento”, aponta.

Varejo

Levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura, indica que nove cortes de carne tiveram alta em agosto e setembro no mercado varejista. O maior aumento foi do patinho (6,8%). Os preços pagos ao produtor também estão subindo. A arroba bovina estava cotada a R$ 90,99 em agosto, saltou para R$ 94,07 em setembro e no início deste mês, R$ 95,61.

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“Este ano está sendo atípico para a pecuária de corte. O inverno não foi tão rigoroso. A oferta se manteve constante e o preço não teve elevação. Mas começamos a observar o aumento no final da entressafra por causa da estiagem, que prejudicou a pastagem”, explica Fábio Peixoto Mezzadri, do Deral. Segundo Cordeiro, outro fator que influenciou na alta é o uso da ração no final da engorda dos bois, pois os preços da soja e do milho tiveram aumento significativo por causa da seca.

Algumas churrascarias consultadas pelo Paraná Online têm absorvido o aumento das carnes, sem repassar a diferença aos clientes. O jeito é cortar outro tipo de custo para compensar.

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