Carne bovina subiu 2,68% e pode subir mais, diz FGV

Metade da alta de 0,40% apurada no grupo Alimentação no âmbito do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do IGP-M de setembro foi puxada pelo encarecimento das carnes bovinas, avaliou nesta segunda-feira, 29, o economista André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Em agosto, a classe de despesa de alimentos teve deflação de 0,11%. Já as carnes bovinas tiveram recuo de 0,37% e subiram 2,68% no nono mês de 2014. “E têm potencial para continuar avançando mais”, estimou.

O IPC-M, por sua vez, apresentou inflação de 0,42% em setembro, após 0,02% no oitavo mês do ano. “Todo esse fôlego não saiu somente de Alimentação. Tivemos outros itens de peso espalhados que explicam a aceleração do IPC-M”, disse, ao referir-se ainda à elevação do grupo Habitação para 0,47% (de 0,29%), em virtude dos custos com energia elétrica; de 0,85% em Educação, Leitura e Recreação, devido à alta de 12,49% em passagens aéreas; e de 0,37% em Transportes, em virtude da elevação de 0,67% nos preços da gasolina.

Além da pressão das carnes nas próximas leituras do IPC, Braz ressaltou a aceleração de alguns itens in natura na pesquisa deste mês. Os preços das frutas saíram de queda de 0,85% para alta de 2,23%, enquanto as hortaliças diminuíram o ritmo de baixa entre um mês e outro, de 8,36% para 6,85%. “Devem ocorrer novos aumentos de carnes ao consumidor. Daqui para frente, as hortaliças e frutas serão exaustivamente citadas como fonte de influência de alta do IPC”, previu, completando que o índice que mede os preços no varejo (IPC) deve ficar com a mesma taxa de setembro, de 0,40%, ou pouco acima dessa marca em outubro.

Apesar da percepção de pressão da inflação no varejo, Braz ressaltou que a situação dos preços ao consumidor não é das piores. “Não é tão ruim. Não houve aumento generalizado dos alimentos. Há mais exemplos de desaceleração do que de aceleração”, ponderou.

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