Em meio às incertezas em relação à retomada econômica, a gigante do agronegócio Cargill prevê expandir seus negócios no Brasil. A companhia, uma das maiores tradings globais de grãos, deverá fazer investimentos de R$ 500 milhões no País este ano e planeja erguer uma nova fábrica em Bebedouro, interior de São Paulo.

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A Cargill teve um aumento robusto de faturamento em 2018, apesar da greve dos caminhoneiros e da tensão com a eleição. No ano passado, as vendas da gigante de commodities no Brasil saltaram 33%, para R$ 47 bilhões. O lucro da empresa foi de R$ 680 milhões, 15% maior do que em 2017. Foi o segundo melhor resultado da companhia no País – o melhor foi em 2016, em plena recessão.

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“Os resultados refletem o maior volume de produção e o câmbio”, disse Luiz Pretti, presidente da multinacional no País, que tem 75% da produção da multinacional voltada para exportação. O câmbio e o aumento da safra agrícola deverão continuar favorecendo a Cargill e outras empresas de commodities em 2019, na visão de José Carlos Hausknecht, analista da MB Agro.

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Do ponto de vista macroeconômico, Pretti disse estar confiante na aprovação da reforma da Previdência, apesar da desarticulação entre o Executivo e o Legislativo. “A reforma da Previdência está dada. A grande maioria entende que a aprovação é necessária”, afirmou.

Frete próprio

O ponto de tensão para as empresas do agronegócio continua sendo a logística. No ano passado, a greve dos caminhoneiros aumentou o custo das empresas. Segundo Pretti, com a Cargill não foi diferente. Mas a companhia ainda não bateu o martelo sobre a aquisição de uma frota própria de caminhões. “Muitas empresas estão comprando caminhões. Estamos estudando seriamente o assunto”, explicou.

A logística é uma questão central das grandes produtoras de commodities no País, que se deparam todo ano com problemas de escoamento de safra de grãos pela BR-163.

A Cargill faz parte do consórcio de tradings (ADM, Bunge, Dreyfus e AMaggi) que investirá na Ferrogrão. A ferrovia exigirá investimentos de R$12 bilhões para a construção de mil quilômetros, ligando o Centro-Oeste à região Norte do País.

Com 23 fábricas no Brasil, a companhia aguarda aprovação do conselho para erguer no segundo semestre uma nova unidade no País. A fábrica produzirá pectina (insumo cítrico usado para produção de compota, espécie de suco concentrado).

A nova unidade terá investimento total de R$ 550 milhões. A Cargill prevê investimentos totais de R$ 500 milhões em 2019, sendo que um terço do valor será para iniciar a nova fábrica. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.