As altas taxas de juros e a pesada carga tributária brasileira estão entre os principais problemas enfrentados pela construção civil. Esses dois fatores, além da retração do mercado, tem refletido na informalidade. Nos últimos cinco anos o setor perdeu 20% da mão-de-obra formal, que hoje representa cerca de um milhão de trabalhadores no Brasil – cerca de 55 mil só no Paraná.
A perspectiva do País e a retomada do crescimento econômico foram alguns dos temas discutidos ontem no Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Paraná (Sinduscon/PR). O evento reuniu os deputados federais Eduardo Sciarra (PFL), Luiz Carlos Hauly (PSDB) e Paulo Bernando (PT). Para o presidente do Sinduscon, Ramon Andres Doria, o encontro com os parlamentares é uma oportunidade de atualizar os empresários sobre os rumos que o atual governo pretende para o País.
“Nossa preocupação é grande, porque vemos que o Brasil está estagnado”, disse Doria. Segundo ele, as elevadas taxas de juros e o sistema tributário – que tem um efeito cascata na construção – são os grandes responsáveis por esse cenário. Ele afirma que juntos esses fatores respondem por 44% da obra. Além disso, os empresários estão descapitalizados, sem opção de financiamentos. “Isso os acaba empurrando para o sistema financeiro, que trabalha com taxas cruéis”, disse. O mesmo vale para o consumidor, que também está temeroso em optar por um financiamento.
Hoje os principais consumidores da construção civil são a classe média e o governo. Para o presidente do Sinduscon, o setor vem projetando um pequeno aquecimento com promessas de investimentos por parte do poder público. Entre as expectativas estão as obras, de iniciativa da Prefeitura de Curitiba, da construção do Eixo Metropolitano; e por parte do governo do Estado, da Universidade do Litoral, de unidades penitenciárias e a retomada do programa de saneamento ParanaSan, que deve injetar nos próximos três anos R$ 400 milhões no setor.
