Mesmo com a extinção da CPMF, a carga tributária no Brasil deve subir em 2008 para 36,8% do Produto Interno Bruto (PIB). A projeção considera um aumento de quase 1 ponto porcentual do PIB em comparação à estimativa de 35,9% da carga tributária de 2007. A previsão é do especialista em contas públicas e consultor Amir Khair, feita com base nos dados de arrecadação no primeiro trimestre do ano, divulgados na sexta-feira (25).
?O governo não pode perder tempo em começar a desonerar. Tem de ir com coragem?, avalia Khair. Para o consultor, é hora de o governo começar a discutir seriamente uma redução linear (para todos os contribuintes) das alíquotas de alguns tributos, como a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), o Programa de Integração Social (PIS) e a contribuição patronal para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). ?O governo poderia caprichar na política industrial. O governo tem sido modesto na forma de conceder incentivos. Ainda mais agora que precisamos crescer a produção interna e a exportação para compensar a deterioração das contas externas?, pondera.
Segundo Khair, o que explica o aumento da arrecadação no País é fundamentalmente o crescimento econômico, que eleva o faturamento e o lucro das empresas e a massa salarial num ritmo maior do que a expansão do PIB. ?O setor público pega carona nos tributos, que são proporcionais a essas elevações?, avalia. Pelas contas do consultor, a União contribuiria com 0,6 ponto porcentual do PIB para o aumento da carga tributária em 2008. A contribuição dos Estados seria de 0,3 ponto. O aumento da carga será puxado pelo crescimento da arrecadação do Imposto de Renda, Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), Cofins, Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e da contribuição à Previdência Social.