Carga tributária argentina superou brasileira em 2012

O Brasil perdeu o incômodo título de maior carga tributária da América Latina. Em 2012, o peso dos impostos cresceu mais rapidamente na Argentina e o vizinho passou a ser os maiores pagadores de impostos da região. A fatia dos impostos na economia argentina fechou o ano em 37,3% do Produto Interno Bruto (PIB). No Brasil, o indicador ficou em 36,3% do PIB.

Apesar de os brasileiros terem perdido o título, a carga tributária do Brasil cresceu em 2012, está acima da média da América Latina e supera inclusive a média dos países ricos. Levantamento divulgado nesta segunda-feira, 20, pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), organização que reúne os países desenvolvidos, mostra que a carga tributária brasileira continuou crescendo em 2012.

Em apenas um ano, o peso dos impostos no total da economia aumentou 1,4 ponto porcentual. Foi o terceiro ano consecutivo de aumento da carga tributária brasileira, que aumentou 3,7 pontos porcentuais do PIB desde 2009. Na comparação com 1990, o avanço é ainda mais expressivo: 8,1 pontos.

Mais impostos

Apesar de a carga tributária brasileira continuar crescendo, o Brasil perdeu o posto de maior carga tributária da região porque a Casa Rosada apertou o contribuinte argentino mais fortemente que o movimento feito pelo Ministério da Fazenda no Brasil. Em 2012, a carga tributária do país vizinho cresceu 2,6 pontos. Além de sofrer com uma das maiores inflações da América Latina, a Argentina também tem registrado forte aumento dos impostos e a carga tributária mais que dobrou nos últimos anos.

Em 1990, o indicador estava em 16,1% do PIB e, desde então, subiu expressivos 21,2 pontos porcentuais, segundo a OCDE. No relatório, a OCDE diz que a arrecadação de impostos está “aumentando consideravelmente” em todos os países da América Latina. “Este crescimento é reflexo das condições macroeconômicas mais favoráveis, assim como das mudanças de desenho dos sistemas tributários e do fortalecimento das administrações tributárias”, diz o estudo divulgado em Paris e Santiago.

Enquanto países como Argentina e Brasil registram aumento expressivo na carga tributária nas últimas décadas, o mesmo fenômeno não acontece nos países mais ricos do mundo. “A tendência vista na América Latina contrasta com a registrada nos países da OCDE, cuja proporção entre impostos e PIB tem permanecido relativamente estável, já que em 2011 estava em 34,1% do PIB, menos de 1 ponto porcentual acima do patamar de 1990”, diz a entidade.

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