A previdência privada no Brasil acumulou no primeiro semestre do ano uma entrada de recursos que supera os resgates em R$ 15,3 bilhões, um crescimento de 23,3% em relação ao registrado no mesmo período do ano passado. “A previdência passou a ser vista como algo para o longo prazo e as pessoas não se importam muito com as crises do curto prazo”, afirmou hoje Renato Russo, vice-presidente da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi).
A maior parte da captação está nos planos VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livre), indicados para as pessoas que não declaram imposto de renda ou que utilizam o desconto padrão, com uma arrecadação de R$ 11,4 bilhões, valor 33% maior que o registrado entre janeiro e junho de 2007. No PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre), a entrada de recursos somou R$ 2,238 bilhões, com crescimento de 8,2%.
As provisões totais dessa indústria somam R$ 132,5 bilhões, sendo que pouco mais de R$ 102 bilhões estão aplicados em fundos de investimento na categoria previdência. O restante refere-se ao grupo de pessoas que já recebe os benefícios, e por isso a natureza da reserva é outra e a alocação é feita em portfólios variados.
De acordo com Renato Russo, que também é vice-presidente da área de Vida e Previdência da Sul América, a legislação permite que até 80% do patrimônio do fundo de previdência de renda fixa seja aplicado em títulos privados, mas majoritariamente a aplicação é feita em papéis do governo. Essa categoria tem R$ 89,515 bilhões em investimentos.
O sistema de previdência privada conta com 7,6 milhões de participantes. A Bradesco Vida e Previdência é líder do setor, com 35,06% do mercado, seguida pelo Itaú, como 19,3%. A BrasilPrev e a Caixa ocupam as posições seguintes, com participações de, respectivamente, 12,18% e 8,24%. O Unibanco está na quinta colocação, com 6,83%.
Entre os participantes, metade (50,52%) encontra-se no Estado de São Paulo. O Rio de Janeiro tem uma participação de 11,36% e Minas Gerais, de 7,03%.