A captação líquida dos planos de previdência privada teve queda de 20,8% em 2013, para R$ 33,5 bilhões, na comparação com o ano imediatamente anterior, segundo dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi) obtidos pelo Broadcast. O setor foi impactado no ano passado pela volatilidade no mercado de juros futuros e na marcação dos títulos, fazendo com que os beneficiários, preocupados com possíveis perdas, resgatassem os recursos aplicados em meados de julho.
“Nossa perspectiva para este ano é positiva. Os planos de previdência são uma alternativa muito competitiva para investimentos de longo prazo”, disse Osvaldo Nascimento, presidente da FenaPrevi, em nota.
Em 2013, conforme a Fenaprevi, foram contabilizados 13.487.031 contratos ativos e 94.666 pessoas usufruíram benefícios (aposentadorias complementares, pecúlios, por morte e por invalidez, e pensões, por morte e por invalidez).
Os novos depósitos em previdência complementar aberta somaram R$ 73,7 bilhões em 2013, correspondente a uma alta de 4,56% na comparação com os R$ 70,5 bilhões acumulados em 2012, de acordo com a federação. Com o desempenho do setor no acumulado de 2013, a carteira de investimentos somou R$ 374,2 bilhões, crescimento de 10,54% frente aos R$ 338,6 bilhões registrados no ano anterior.
A carteira de investimentos do VGBL obteve alta de 15,77% no acumulado do ano passado, passando de R$ 209,4 bilhões para R$ 242,4 bilhões, enquanto a carteira do PGBL cresceu 7,38%, no período e registrou R$ 80,7 bilhões. A carteira dos planos tradicionais, por sua vez, registrou R$ 50,6 bilhões.
De acordo com a FenaPrevi, por modalidade de plano de previdência complementar aberta, os individuais foram o destaque no acumulado de 2013, com arrecadação de R$ 64,8 bilhões, 5,31% superior ao ano anterior. Os planos empresariais registraram aportes de R$ 7 bilhões, leve alta de 1,22%. Os planos para menores, por sua vez, arrecadaram R$ 1,7 bilhão, recuo 11,91%.
A FenaPrevi informa ainda que, na avaliação por tipo de produto, a carteira do VGBL, modalidade indicada para quem declara o Imposto de Renda (IR) pelo modelo simplificado, foi a que obteve melhor desempenho. A modalidade registrou R$ 62,1 bilhões em novos depósitos, representando um crescimento de 4,34%, frente a 2012. Já o PGBL, recomendado para os participantes que declaram o IR pelo formulário completo, registrou depósitos de R$ 7,8 bilhões, alta de 5,10% no comparativo anual. A arrecadação dos planos tradicionais, acrescenta a FenaPrevi, apresentou um incremento de 7,18% em 2013 frente ao ano anterior, passando de R$ 3,4 bilhões para os atuais 3,7 bilhões.
Provisões e market share
O saldo das provisões (recursos acumulados pelos titulares dos planos do sistema de previdência complementar aberta) aumentou 11,60% na comparação de 2013 com 2012, para R$ 363,6 bilhões. As provisões do VGBL tiveram o crescimento mais expressivo no período, segundo a FenaPrevi, correspondente a uma alta de 15,26% no comparativo anual, passando de R$ 209,4 bilhões em 2012 para R$ 241,4 bilhões em 2013. As provisões dos planos PGBL cresceram 6,81%, no período, passando de R$ 75,1 bilhões ao final de 2012 para R$ 80,2 bilhões em 2013. As reservas de planos tradicionais, por sua vez, passaram de R$ 40,7 bilhões para R$ 41,4 bilhões, no período, alta de 1,74%.
Com relação a market share, a FenaPrevi diz que os planos VGBL mantiveram a liderança nas provisões entre os planos de caráter previdenciário, com 66,38% do total, seguidos pelos PGBL, com 22,07% do total de provisões, enquanto os planos tradicionais contaram com 11,40% do total de provisões. Outros produtos – incluindo os FAPI – completam a equação, com 0,13%.