Capitalizar os pequenos produtores a partir de atividades que eles já realizam em lavouras tradicionais é a meta do Projeto Centro-Sul de Feijão e Milho, desenvolvido pela Emater desde 1999, em parceria com a indústria de insumos Syngenta. O projeto envolve 795 produtores de milho de 846 de feijão, em 34 municípios do Centro-Sul. O trabalho de profissionalização e organização dos agricultores, coordenado por 40 técnicos da Emater, resultou no aumento de produtividade e redução de custos.

A idéia é, no futuro, conduzir as pequenas propriedades para atividades que ofereçam menos risco e que sejam, ao mesmo tempo, sustentáveis. O produtor Sebastião Augusto do Nazaré, de Wenceslau Braz, tem 2,5 hectares de milho cultivados em sua propriedade. Um hectare foi plantado como unidade demonstrativa do projeto. Na área restante, ele aplicou a mesma tecnologia e comprovou a redução nos custos. “Antes, eu gastava R$ 540 para plantar um hectare; hoje, gasto R$ 410 .”

Outra vantagem está no aumento da produtividade. Sebastião Nazaré calcula estar ganhando R$ 100 a mais por hectare plantado desde que ingressou no Projeto Centro-Sul. Na última safra, o produtor colheu 120 sacas/hectare, contra as 100 sacas/hectare do período anterior. Sebastião planta milho há sete anos, sempre pela técnica do plantio direto, uma técnica que ajuda a preservar a fertilidade do solo. Ele cultiva também tomate e feijão.

Além dele, outros 1.640 agricultores que participam do Projeto Centro-Sul estão colhendo bons resultados em suas lavouras. Nessas propriedades, a produtividade média com o cultivo de feijão subiu de 1.087 quilos por hectare, em 1999, para 1.707 quilos/hectare em 2001. A produtividade média das lavouras de milho do projeto subiu de 3.324 quilos para 5.451 quilos/hectare no mesmo período. Os resultados são superiores aos alcançados no Estado.

Segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura, as médias de produtividade alcançadas na safra 2000/2001 são de 867 quilos por hectare em lavouras de feijão e de 3.635 quilos/hectare nas de milho. Segundo os técnicos, o incentivo à utilização de técnicas mais eficientes, como plantio direto, controle de pragas, doenças e ervas daninhas e uso melhorado de agroquímicos são as três medidas básicas para tornar lavouras de milho e feijão lucrativas.

Opções

Os bons resultados são atribuídos também à realização de visitas e reuniões nas principais fases das culturas, dias de campo, excursões, encontros, semanas de campo e cursos profissionalizantes. “O principal objetivo é profissionalizar o produtor e, a partir daí, incentivá-lo a usar os novos conhecimentos numa atividade alternativa”, explica o engenheiro agrônomo Marco Antonio Borges, um dos responsáveis pelo projeto.

Os produtores de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, optaram pela olericultura. Em Reserva, os agricultores estão plantando tomates em estufas. Em Bituruna, a opção foi pelo cultivo de uvas. Além da Emater e da Syngenta, participam do Projeto Centro-Sul de Feijão e Milho o Iapar, Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Embrapa e Federação Brasileira do Plantio Direto na Palha.

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