Levantamento preliminar do Instituto Municipal de Turismo mostra que, em março, mês em que Curitiba recebeu duas grandes conferências da ONU, entraram US$ 15 milhões na economia da cidade. O dinheiro movimentou hotéis, bares, restaurantes e o comércio varejista. ?O turismo em Curitiba pode ser dividido em antes e depois dos eventos da ONU?, afirma Luiz de Carvalho. ?Até março, podia-se dizer que Curitiba era apenas uma referência para o turismo e encontros de negócios. Hoje percebemos a consolidação da cidade para estes grandes eventos, com estrutura adequada para atender com qualidade visitantes de todo o mundo.?
A rede hoteleira foi um dos setores mais beneficiados. A taxa média de ocupação, que ficou em 30% em março de 2005, chegou a 70% neste ano, segundo o presidente da seção paranaense da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH/PR), Henrique Lenz César Filho. Houve períodos em que a ocupação foi de 100%. ?Os mais procurados foram os hotéis de categoria cinco estrelas, ocupados por chefes de estado, ministros e autoridades políticas nacionais e por estrangeiras?, diz César Filho.
Os eventos da ONU também coincidiram com ações do município para obras de revitalização do sistema viário e parques da cidade. O visitante também pôde contar com a nova sinalização turística nos padrões internacionais, implantada pelo Instituto Municipal de Turismo durante o mês de março.
O presidente do Instituto Municipal de Turismo, Luiz de Carvalho, ressalta que Curitiba já é referência no turismo internacional:
Do ponto de vista econômico, qual é a sua avaliação em relação aos eventos COP/MOP?
Luiz de Carvalho: Já podemos afirmar que as duas conferências tiveram uma fantástica importância para Curitiba. O balanço preliminar feito pelas entidades que compõem o trade turístico faz uma projeção de incremento na economia de Curitiba em torno de 15 milhões de dólares. Estes números podem ser ainda maiores se nos aprofundarmos em dados que estabeleçam o impacto dos eventos em outros setores comerciais ainda não avaliados. O setor hoteleiro é um exemplo. Houve dias em que foi registrada taxa de ocupação de 100% em alguns hotéis da cidade. O setor de gastronomia também demonstrou grande satisfação, porque as pessoas que participavam das atividades das conferências, no período noturno, saiam em procura de lazer nos bares e restaurantes da cidade.
O que representaram os eventos da ONU para o turismo em Curitiba?
LC – Nós temos que pensar Curitiba antes e depois do COP/MOP. Antes, porque Curitiba era uma referência como cidade turística e para encontros de negócios. Hoje, porque é muito mais referenciada no Brasil e no exterior graças ao poder de divulgação das conferências da ONU. O empresariado local está muito satisfeito com os resultados provocados pelas conferências. Curitiba também está sendo alvo de elogios por parte do Ministério de Relação Exteriores, do Ministério do Meio Ambiente e da própria Secretaria Geral da ONU para Assuntos de Biodiversidade, que destacam a organização e os preparativos para os participantes.
Meu balanço é positivo e muito satisfatório. Posso citar como referência o balanço feito pela agência de Correios instalada no ExpoTrade, onde aconteceram as conferências, que apresentou uma quantidade extraordinária de correspondências enviadas para o mundo inteiro com referencias aos eventos e a Curitiba. Ou seja, nossa cidade é certamente, hoje, muito mais referência em todo o mundo, o que é de grande importância para trazer divisas econômicas proporcionadas pelo turismo. O turista mundial, que tinha como principais destinos no Brasil cidades como Rio de Janeiro e Foz do Iguaçu, agora poderá também incluir Curitiba entre suas primeiras opções.
O senhor considera que Curitiba está atualmente mais estruturada para receber os visitantes que vêm a turismo de lazer ou de negócios?
LC: Está mais bem estruturada, com mais experiência, envolvimento e know-how dos setores envolvidos com eventos. Hoje, pode-se prever melhor quais são as necessidades de nossos visitantes e antecipar ações para melhorar o atendimento. O próprio município se preparou para atender os participantes destes grandes eventos, implantando, por exemplo, o projeto de sinalização turística no padrão internacional, promovendo treinamentos aos agentes de turismo, artesãos das feiras da cidade, taxistas, funcionários da rede hoteleira e para estudantes que trabalharam como voluntários durante as conferências.
As ações promovidas pelo município durante os eventos da ONU colocam Curitiba definitivamente no roteiro para encontros de negócios?
LC: Sim. Todas as ações para a realização dos eventos sobre biodiversidade em Curitiba consolidam definitivamente nossa cidade como destino para eventos de negócios e turismo de lazer. O prefeito Beto Richa recuperou diversos equipamentos públicos nos locais de visitação que precisavam de reparos, como Jardim Botânico, Ópera de Arame, Pedreira Paulo Leminski, Teatro Paiol. Todos estão em perfeita ordem para que os visitantes levem para todo o mundo uma boa impressão de nossa cidade.
Novos eventos de nível internacional estão previstos para Curitiba?
LC: O próximo deverá acontecer já no meio do ano. O prefeito Beto Richa, mesmo antes de terminar as conferencias da ONU, já partiu para a Europa em busca de um outro grande evento internacional a ser realizado em Curitiba. O prefeito está na Itália para assinar um convênio que deverá garantir a realização em Curitiba de uma etapa do World Touring Car Championship, um dos principais eventos do automiblismo internacional. Deverá acontecer em julho, pela primeira vez no Brasil, no autódromo de Pinhais. O objetivo do prefeito Beto Richa é colocar esse grande evento no calendário permanente de Curitiba.