Lideranças de empresas privadas e gestores públicos nas áreas industriais, de tecnologia, ciência, desenvolvimento e comércio exterior participam da Capacitação de Agentes em Política Industrial, promovida pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) em parceria com a Comissão Econômica da Organização das Nações Unidas para a América Latina e Caribe (Cepal). O curso, que está sendo realizado na Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), termina hoje.

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Gilberto Lima Júnior, consultor da ABDI e coordenador da Rede Nacional de Política Industrial (Renapi), explica que a agência se tornou a responsável por articular e executar a Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (Pitce), criada no atual governo federal, com o objetivo de concentrar as ações da indústria brasileira. Há mais de 20 anos não existia um planejamento neste sentido, interrompido pela crença que governo não deveria intervir na indústria. ?O governo se afastou e desde o início da década de 1980 não havia uma política industrial. Se o Brasil hoje tem um parque industrial, isto se deve a um período em que havia uma política industrial e a intenção do País de promover uma expansão?, afirma.

De acordo com Lima, há dois anos, o governo federal convidou as principais lideranças na área para formar o Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), no qual se notou que era o momento de retomar uma política de desenvolvimento neste setor.

A ABDI foi criada, então, para executar esta política. O papel da entidade é disseminar esta cultura. Um dos meios encontrados para isto foi a realização de um curso de capacitação de agentes em política industrial, em que se abordam temas como a visão interna da política industrial, o que é a Pitce, o conjunto de iniciativas que o governo dispõe para ajudar o desenvolvimento industrial e casos de sucesso. ?São 180 instrumentos, entre eles de recursos financeiros, que o governo dispõe para aplicar em projetos de desenvolvimento?, comenta Lima. Os participantes do curso recebem hoje um guia eletrônico que orienta como usar estas ferramentas.

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Para Wilson Peres, consultor da Cepal, informar sobre a existência destes instrumentos é essencial. Muitas vezes os envolvidos não têm consciência deste pacote, por sua própria complexidade. ?Muitas vezes estes recursos não são utilizados por falta de conhecimento. Alguns instrumentos existem há muito tempo, nunca desapareceram. Está se fazendo um esforço para a sistematização destes instrumentos?, explica. Peres acredita que o Brasil é um dos poucos países da América Latina que está com um conceito de planejamento industrial avançado.

O curso é um projeto piloto que já passou por cinco cidades, além de Curitiba. No total, mil agentes estarão capacitados para atuar neste sentido. Eles farão parte da Renapi, que continuará dando instrumentos para política industrial por meio de um site, em que os agentes vão poder trocar experiências e disseminar este conceito. ?A procura intensa que tivemos, nos mostra que existe a necessidade de adaptação ao cenário do século XXI, em que a inovação poderá ser a diferença no processo produtivo. A formação de mil agentes é uma oportunidade enorme de aumentar esta realidade?, avalia Gilberto Lima Júnior.

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