O governo federal do Canadá e o da província de Ontario anunciaram um pacote de ajuda financeira de US$ 3,3 bilhões para o setor automotivo, quase metade dos US$ 7 bilhões que a General Motors, a Ford e a Chrysler haviam pedido ao governo canadense. O anúncio foi feito na noite de sexta-feira pelo ministro da Indústria do país, Tony Clement.
O ministro ressalvou que o repasse dos recursos só será feito depois de o governo dos EUA aprovar seu próprio pacote de socorro às montadoras e de as empresas do setor apresentarem um plano de viabilidade para o longo prazo. “Depende das montadoras, com seus fornecedores de peças e os sindicatos, trabalharem juntos num plano de longo prazo para a indústria”, disse Clement, citado pela emissora de televisão canadense CTV.
O anúncio foi feito depois de uma reunião em Ottawa entre o primeiro-ministro canadense, Stephen Harper, e o chefe do governo da província de Ontario, Dalton McGuinty. Clement disse esperar que o governo dos EUA aprove rapidamente um plano de ajuda às montadoras.
Na manhã de sexta-feira, a General Motors havia confirmado que vai praticamente paralisar sua produção em toda a América do Norte durante o mês de janeiro, o que poderia representar um corte de 250 mil veículos em relação à produção que estava programada para o mês; todas as 21 fábricas da GM nos EUA e no Canadá serão afetadas.
Segundo o presidente do Local 222 do Sindicato dos Metalúrgicos Canadenses, Chris Buckley, a unidade da GM em Oshawa, na província de Ontario, deverá fechar por seis semanas a partir do início de janeiro. Já o porta-voz da GM canadense, Stew Low, afirmou que “várias fábricas estarão operando naquela ocasião. Há fábricas que vão operar apenas parcialmente em janeiro e durante algumas semanas de fevereiro e março. Isso dependerá muito da demanda por parte dos consumidores”.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Ken Lewenza, declarou que algo entre 300 mil e 400 mil empregos dependem da indústria automotiva no Canadá e poderão ser cortados. “Acredito que poderemos evitar essa crise na indústria automotiva se o governo canadense agir”, acrescentou.
