A fila de caminhões carregados com soja formada ao longo do acostamento da BR 277 em direção ao Porto de Paranaguá, compromete a segurança viária dos usuários que trafegam pela rodovia. Motoristas de veículos leves são obrigados a trafegar utilizando meia pista da faixa da esquerda e meia pista da linha que divide o canteiro central.
“A situação é extremamente grave porque o acostamento existe para situações de emergência e sua utilização fica inviável devido aos caminhões”, afirma o diretor de Operações e Engenharia da Ecovia, Humberto de Souza Gomes.
Gomes alerta que existe ainda o risco de acidentes envolvendo os caminhoneiros, já que muitos circulam e conversam próximos a seus veículos, parados ao longo da faixa 1, e também no canteiro central.
A fila de caminhões, que começou a se intensificar no domingo, depois de uma pane elétrica em função do temporal que caiu sobre Paranaguá, cresceu ainda mais ontem chegando ao km 70, ocupando todo o trecho da BR 277, entre Curitiba e Paranaguá e ultrapassando a BR 116, no Contorno Leste, trecho administrado pela Polícia Rodoviária Federal. Na BR 277, por exemplo, a balança localizada no km 63 não está operando porque o acesso ao local foi obstruído pelos caminhões.
Preocupação
Os motoristas que estão na fila têm, desde ontem, mais um motivo para preocupação: a persistente chuva que começou no final da manhã e que continuava ontem à noite. Em Paranaguá, durante o dia a precipitação foi fraca (praticamente uma garoa, segundo informações procedentes do próprio porto), mas acabou paralisando embarques. O descarregamento de caminhões, porém, continua normal.
Para a Ecovia, concessionária que administra o trecho da BR 277, os prejuízos aumentam a cada ano, já que mal se termina a recuperação do pavimento e as filas se formam novamente. Como o acostamento foi projetado para paradas eventuais, sobretudo em situações de emergência, o impacto do estacionamento de milhares de caminhões carregados durante muito tempo faz o pavimento ceder, provocando afundamento.