Os criadores de gado de leite querem que o governo libere mais recursos para apoio à comercialização do produto como forma de amenizar os efeitos negativos da atual taxa de câmbio. Eles também reivindicam o aumento do preço mínimo do leite, estagnado em R$ 0,38 por litro, desde 2003.
A valorização do real frente ao dólar provocou a queda dos preços do leite justamente na entressafra (entre maio e setembro), quando historicamente é esperada uma alta na cotação do produto.
A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) estima que seriam necessários cerca de R$ 200 milhões em EGF (Empréstimos do Governo Federal) para ?enxugar? o mercado e provocar uma recuperação dos preços.
No início do ano, o setor previa exportar 600 milhões de litros em 2005, mas já trabalha com a possibilidade de redução desse volume à metade, por isso precisaria de recursos para financiar a estocagem do leite.
De acordo com a CNA, a redução do preço penaliza o criador de gado de leite, que nos últimos anos investiu na qualificação do rebanho e na melhoria da qualidade do produto, não apenas porque desestimula as exportações, mas também porque incentiva a importação de produtos lácteos.
Nesta entressafra, os preços pagos ao produtor já caíram entre R$ 0,04 e R$ 0,10 por litro, dependendo da região, considerando os valores praticados até maio.
Em 2004, o país produziu 14,5 bilhões de litros de leite sob inspeção, registrando um crescimento de 6,4% em relação ao ano anterior. Somente no primeiro trimestre deste ano, a produção de leite cresceu 3,6%, atingindo 4 bilhões de litros.