A inflação no País em 2008 deverá seguir em linha com a meta central estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 4,50%. A avaliação é do coordenador do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), Paulo Picchetti. Em entrevista à imprensa, ele afirmou que a perspectiva tanto para o IPCA quanto para o IPC-S é de taxas próximas da meta perseguida pelo Banco Central. Ressaltou, porém, que o câmbio, mais uma vez, deverá ter papel decisivo para que o cenário inflacionário continue nos níveis atuais.
Segundo o coordenador, o cenário estimado para a inflação considera que o dólar norte-americano se mantenha em níveis próximos de R$ 1,80 e R$ 1,85. "Quando digo sobre o efeito câmbio, estamos falando na variável mais importante para a manutenção do cenário. Toda a questão da estabilidade da inflação está ligada a ele", ponderou.
Para o coordenador, a evolução dos preços nos últimos meses não é preocupante, mas também não é uma situação confortável, que significaria um controle total das variáveis. "Continuamos andando sobre o fio da navalha", disse, referindo-se principalmente ao grupo Alimentação. "Para 2008, nossa expectativa é de que a inflação continue não subindo tanto. Deverá ficar em torno do centro da meta", completou, citando as projeções mais otimistas para a safra de 2008. "Tivemos um ano de 2006 excepcionalmente bom e um ano de 2007 excepcionalmente ruim na parte agrícola. Para este ano, há uma expectativa de maior oferta do lado agrícola, conforme previsões do IBGE.