São Paulo – O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Rogelio Golfarb, negou que o atual patamar do câmbio esteja prejudicando a competitividade das indústrias do setor automotivo. Segundo ele, o problema da indústria está relacionado à competitividade e, no passado, quando o real estava mais desvalorizado, o câmbio acabava compensando as ineficiências das empresas e do País.
?Não adianta reclamar do câmbio, pois ele é resultado das melhorias macroeconômicas do País. Nossos problemas estão relacionados à competitividade?, afirmou, ontem, após participar de seminário promovido pela Petrobras, em São Bernardo do Campo, sobre os impactos do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) na competitividade da indústria petroquímica do ABC.
Golfarb deu essa resposta após ser questionado se a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de que as associações industriais reclamam do câmbio, mas as empresas associadas batem recorde de produção e exportação, teria sido direcionada ao setor automotivo.
Como exemplo, o presidente da Anfavea citou especificamente que o real desvalorizado compensava, por exemplo, o não recebimento dos créditos de ICMS pelos exportadores, previstos pela Lei Kandir. ?O ICMS é uma questão bastante complicada, pois envolve o governo federal e os estaduais. Mas estamos procurando fórmulas para resolver essa questão, afinal a reforma fiscal é um tema muito grande?, informou.
Segundo ele, embora a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) tenha sido reduzida ao longo dos últimos anos, o que permitiu crédito mais barato às montadoras por meio do BNDES, os juros brasileiros continuam mais altos do que os da China e os da Coréia do Sul.