Brasília
– O governo considera que o sistema de câmbio flutuante é a sua principal arma para enfrentar a crise econômica que assola o País desde junho e nem pensa em abrir mão desse modelo. A avaliação da equipe econômica é que o câmbio flutuante é capaz de corrigir as distorções e que seu poder está sendo subestimado pelo mercado. Um graduado integrante da equipe admite que o País está sob um ataque especulativo mais forte que o de 2001 e que o dólar atingiu uma cotação maior do que a esperada. Ele garante, no entanto, que o Brasil pode superar esses problemas.“O mercado está subestimando a capacidade de o câmbio flutuante dar essa correção. As contas externas viram muito rápido com este mecanismo e este lado não está sendo percebido,” diz.
O governo acredita que a correção das distorções do mercado pode se dar pela própria oscilação do dólar. A crise de confiança que se instalou no mundo secou as fontes externas de recursos e está forçando as companhias brasileiras e o próprio setor público a pagarem suas dívidas que estão vencendo.
Impacto menor
Na semana passada, em apenas um dia a cotação do dólar passou de R$ 3,27 para R$ 3,47, depois de bater R$ 3,61, e caiu dos R$ 3,47 para R$ 3,15 no dia seguinte. O impacto dessa oscilação para o governo, que teve que jogar no mercado mais de US$ 400 milhões nos dois dias, poderia ter sido bem maior se o Brasil ainda adotasse o regime de câmbio fixo.