Embora novembro tenha sido marcado por um reajuste quase generalizado de produtos industriais na porta de fábrica, a inflação acumulada pelo Índice de Preços ao Produtor (IPP) em 12 meses manteve-se comportada, sob influência da crise e do câmbio, declarou Alexandre Brandão, gerente do indicador na Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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A taxa do IPP em 12 meses saiu de 9,99% em janeiro para 0,05% em novembro. De janeiro a novembro de 2016, o real teve uma valorização de 13,7% sobre a moeda americana.

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“Foi um ano de muitas oscilações. De janeiro para cá, o IPP cai de quase 10% para zero. Uma das coisas que influenciou foi o câmbio, mas tem a ver também com a própria crise, a renda das famílias caindo, o menor consumo, e movimentos do mercado internacional”, acrescentou Brandão.

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Na direção oposta, em novembro, o real recuou 5% ante o dólar. No mesmo mês, o IPP avançou 0,78%. Entre as maiores altas de preços em novembro estão setores exportadores ou sob forte influência do mercado internacional, como metalurgia, fumo, outros equipamentos de transporte, extrativas, móveis e papel e celulose.

Os preços internacionais do alumínio e do cobre impulsionaram a atividade de metalurgia, que teve uma alta de 3,67% em novembro, respondendo por um terço do IPP do mês, um impacto de 0,26 ponto porcentual.

No caso de outros equipamentos de transportes, os destaque de altas foram de aviões e tratores agrícolas, bens que têm parte expressiva da produção voltada para a exportação. Nos alimentos, as pressões foram do açúcar e do óleo de soja. Nas indústrias extrativas, o minério de ferro, cobre e gás natural impulsionaram a alta.

Bens de capital

Os bens de capital ficaram 1,34% mais caros na porta de fábrica em novembro ante outubro, dentro do IPP.

Já os preços dos bens intermediários subiram 0,63%. Os bens de consumo tiveram aumento de 0,87%, sendo que os bens de consumo duráveis mostraram elevação de 0,29% e os bens de consumo semiduráveis e não duráveis subiram 1,04%.

A maior contribuição para a alta de 0,78% registrada no IPP de novembro foi dos bens intermediários (0,35 ponto porcentual), seguida por bens de consumo semi e não duráveis (0,29 ponto porcentual), bens de capital (0,12 ponto porcentual) e bens de consumo duráveis (0,02 ponto porcentual).