Câmbio de R$ 5 corrigiria competitividade entre EUA e Brasil, avalia Abimaq

Mesmo com a alta do dólar nos últimos meses, a indústria de transformação ainda não considera o nível atual do câmbio como de equilíbrio, disse na tarde desta quarta-feira, 29, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Carlos Pastoriza.

Segundo ele, o desequilíbrio se dá porque há uma “grande” e “histórica” distorção entre a inflação nos Estados Unidos e no Brasil. Pelos cálculos do executivo, somente com um dólar a R$ 5 seria suficiente para corrigir a diferença de competitividade entre Brasil e Estados Unidos.

Durante coletiva de imprensa para comentar os dados do setor do primeiro semestre, Pastoriza explicou que o cálculo do câmbio a R$ 5 tem como referência os anos de 2000 e 2001, quando o saldo comercial da indústria de transformação era “saudável”, em cerca de R$ 40 bilhões.

“Se você pegar daquela época para cá e descontar a inflação americana e brasileira nesses últimos 15 anos, o câmbio que deveria corrigir essa diferença para manter a competitividade vai chegar a R$ 5, que é o câmbio implícito do setor automotivo”, afirmou.

Com queda de 6,5% no faturamento total líquido no primeiro semestre de 2015 e eliminação de mais de 30 mil vagas no setor nos últimos 12 meses encerrados em junho, o presidente da Abimaq disse não conseguir ver uma luz no final do túnel da crise.

“Uma hora vamos tocar o chão e vamos começar a subir, mas, francamente, não conseguimos dizer quando isso vai começar”, afirmou. Na avaliação de Pastoriza, é “muito difícil” essa retomada acontecer durante o primeiro semestre do ano que vem.

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